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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Carta de uma israelense pela paz

Artigo da leitora Shirlei Amaro Avena Weisz

Toda guerra é estúpida, mas mais estúpido que a guerra é tentar fingir que hoje o que temos não é algo difícil de ser classificado como uma guerra clássica, aos moldes em que estávamos acostumados no século XX.


Desde 11 de setembro de 2001 estamos mergulhados em um mundo onde as civilizações (ou diria incivilizações?) se chocam. Se digladiam, mas não nos moldes de Estados contra Estados, mas sim em moldes antes inimagináveis. E hoje, o mundo inteiro se volta para conflito Israel x Palestina.


Como brasileira e cidadã israelense, demorei em conseguir me colocar diante desse conflito. Não porque ache a guerra "justificável", pois nada justifica uma guerra. Afinal, em uma guerra não há vencedores, só perdedores! E os que mais perdem são aqueles que não ostentam armas em seus braços: são os civis, muitos crianças inocentes e que perdem toda a sua inocência em razão de terem que viver em meio à conflitos e bombas.


Mas hoje, após ver que as tentativas de buscar uma solução pacificadora para o conflito ainda está distante, pensei em me manifestar. Primeiro porque esse conflito começa a ter reflexos em outras partes do mundo. Inclusive, o time israelense de basquetebol foi hostilizado e há notícias de que o anti-semitismo parece estar colocando suas "garras de fora" de novo na Europa. Segundo, porque estou envolvida neste conflito emocionalmente e moralmente.


É preciso deixar claro que nós Israelenses somos contra a morte de inocentes. E mais que isso, não somos os únicos a sermos vítimas do terror instaurado pelo Hamas, Hezbolah e Al Qaeda. E isso não pode ser esquecido.


Não podemos esquecer o 11 de Setembro e o 11 de Março, dias que ficaram marcados em nosso calendário, em anos diferentes, porque o terror se instaurou, primeiro nos EUA, com o horror da queda das Torres Gêmeas, e segundo em Madri, com o horror e a carnificina das explosões no metrô daquela região da Europa.


Precisamos lembrar que a Palestina representada na ONU não é a mesma Palestina que agora está em conflito com Israel. Aliás, o presidente palestino controla parte da Cisjordânia, enquanto a região do conflito é controlada por grupo terrorista armado e doentio.


O Hamas vem jogando seus foguetes sobre Israel ininterruptamente desde o início de 2008. E eu estava lá em Israel e pude saber do horror passado por muitos brasileiros da cidade de Askelon, onde os foguetes caiam sem qualquer critério.


Não podemos esquecer os nossos colonos judeus da Faixa de Gaza, que foram retirados de suas casas por ordem do governo israelense, para ceder àquelas terras aos palestinos. E eles, o que cederam em troca de paz até agora?


Israel chegou a oferecer 95% do território que eles queriam em troca de paz. Eles aceitaram? Não. Não aceitaram. E Israel é lobo-mau? E Israel é acusado de perpetrar um holocausto?


Quem diz isso só pode desconhecer a História. Afinal, Hitler matava indiscriminadamente judeus, homossexuais, pessoas com deficiência física ou com problemas de saúde. Mandava estuprar mulheres e crianças e fazia experiências mórbidas com seres humanos!


Israel vem tentando evitar esse conflito há muito tempo, para evitar ferir inocentes! E sabe por quê? Porque se civis estão sendo atingidos, estão porque o Hamas os utiliza como escudo! Justamente para chocar. Para ferir a todos e, principalmente, colocar a opinião pública contra o Estado de Israel.


Não podemos esquecer que essa guerra não é de Israel contra o Estado Palestino, na ONU representado pelo presidente Abbas, mas sim de Israel contra um grupo terrorista que amedronta uma população de civis diariamente com seu discurso hediondo!


Desejamos a paz. Precisamos da paz. Mas para que ela exista é necessário entendermos os dois lados e mais do que isso, se colocar à favor da paz e não contra um Estado ou pessoas desse Estado. Sabe por quê? Porque atitudes como estas não geram a paz. Geram ódio e guerra. É o efeito contrário do que se deseja que vem à tona!


Chega de discursos vazios contra Israel e a favor da Palestina, ou à favor da Palestina e contra Israel! É chegada a hora de termos um discurso em prol da Humanidade! Em prol da vida!


E, meus amigos, alguém nesse mundo não faz parte da Humanidade? Todos nós, independentes de credo, raça, Estado, nação ou preferência sexual, somos membros da Humanidade. E é por ser parte da Humanidade, a favor da paz e contra quaisquer tipos de preconceito, é por ser cidadã israelense e brasileira que todos os dias muito me dói saber que o mundo está se deixando levar pelo discurso do terror e se permitindo agir como selvagens, seja em jogos de basquetebol, seja nas ruas da Europa, com agressões a cidadãos de Israel, que sequer levantam armas e que tudo que mais querem é a paz.


Rezemos pela paz!

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