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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Israel e o Mercosul

O intercâmbio entre o bloco sul-americano e Israel atualmente atinge um volume de comércio que supera US$ 2 bilhões
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No final de 2007, o Mercosul sinalizou o início de uma nova fase de sua história, ao assinar o primeiro acordo de livre-comércio com um parceiro extrarregional: o Estado de Israel. Foram oito rodadas de negociações em 22 meses para chegar a um tratado responsável pela aproximação do bloco sul-americano com a mais dinâmica e inovadora economia do Oriente Médio.


Hoje, o Mercosul vende para Israel basicamente carnes e produtos agrícolas, enquanto Israel fornece aos países do bloco alta tecnologia, agroquímicos e softwares.


O acordo prevê que, em dez anos, 95% das exportações do Mercosul para Israel e 97% das exportações israelenses para o bloco econômico serão comercializadas com tarifa zero.


E, em tempos de crise internacional, a busca por parcerias e por intensificação de laços econômicos, com as vantagens comerciais e tecnológicas para ambos os lados, desponta como uma necessidade básica.


Ao se aproximarem de Israel, os países do Mercosul vão poder se relacionar mais intensamente com uma economia famosa por suas conquistas tecnológicas em áreas como agricultura, biotecnologia, nanotecnologia, comunicações e informática, entre outras. Os produtos derivados do chamado setor de pesquisa e desenvolvimento representam mais de 50% da pauta de exportações industriais de Israel, excluindo diamantes.


O país possui uma pauta diversificada de exportações, fator que tem contribuído para a sua impressionante competitividade. Entre os produtos que compõem esse arranjo, estão fertilizantes, materiais eletrônicos e hospitalares. Entre os produtos brasileiros que são carros-chefes das importações israelenses, estão as commodities, como açúcar e carne. Cerca de 80% dos negócios israelenses com os países do Mercosul são com o Brasil, e podemos dizer que a economia dos dois países são complementares.


Os depoimentos de autoridades políticas de diferentes partidos e de especialistas comprovam a tendência. Por exemplo, em visita ao Estado de Israel, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab participou da Watec - 4ª Exposição e Conferência Internacional para Tecnologias de Água e Controle Ambiental. Segundo ele, a água será um dos principais problemas da cidade nos próximos 30 anos. O acordo de livre-comércio entre Israel e Mercosul pode contribuir muito para a cooperação nas tecnologias da água, em que Israel tem muito a oferecer. É um momento de ampliar os leques de atuação.


Além disso, Israel está mantendo um desempenho extraordinário, com ingresso de capitais e crescimento acima da média mundial nos últimos anos. Trata-se de um feito histórico, levando-se em consideração o complicado cenário geopolítico em que vive Israel, um país que, mais de seis décadas após a independência, ainda precisa lutar diariamente pela sobrevivência e enfrentar as ameaças de destruição que pairam sobre o Estado judeu.


O intercâmbio entre o bloco sul-americano e Israel atualmente atinge um volume de comércio que supera US$ 2 bilhões. Além disso, Israel pratica um volume de comércio com importações que superam os US$ 50 bilhões, com uma enorme gama de produtos e que podem complementar os US$ 240 bilhões com que opera o Mercosul, não esquecendo de que o comércio intrarregional entre Brasil e Argentina gira na casa dos US$ 31 bilhões anuais.


Atualmente, o Congresso Nacional brasileiro está ultimando a ratificação do acordo, cuja implementação vai significar uma aproximação que transcende as fronteiras da economia. Laços comerciais entre o lado israelense e Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai vão acabar propiciando o aprofundamento de contatos entre as partes, o que vai significar no final maior aproximação em áreas como diplomacia e cultura.


A aproximação constitui também um marco político importante, especialmente para o Brasil, que tem relações estreitas com Israel desde sua constituição como Estado, em 1948. Foi o brasileiro Osvaldo Aranha quem presidiu a sessão da Assembleia Geral da ONU que criou o Estado de Israel.


Além de promover relevantes oportunidades comerciais, o acordo entre Mercosul e Israel representa o início de um trabalho no qual os principais atores passam a ser os próprios empresários, e as nossas entidades têm contribuído para isso, realizando encontros e seminários em que são demonstradas essas vantagens. É o caminho para a intensificação de laços entre polos cada vez mais relevantes no cenário econômico global.


*publicado pela Folha de S.Paulo em 09/06/2009
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ALBERTO ALZUETA é presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo.
JAYME BLAY é presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria.


Comentário:

Já ouvi de árabes da colonia de S. Paulo, que estão lutando para esse acordo não sair. O que na verdade querem é que o conflito do oriente médio se instale no Brasil, onde as colonias vivem bem e com amizade. Israel tem muito mais a dar ao Brasil que os árabes que vivem sómente do petróleo e desconhecem alta tecnologia.

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