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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Lula vai para as Árabias

Amigo do Brasil me informa que Lula prepara nova viagem. “Mais uma!”, diz ele. No meu entender bem mais do que uma viagem. Um delicado ato de equilibrismo diplomático.

É obvio que o pessoal do Itamaraty se mantém informado. Eles pensam cuidadosamente em cada passo no contexto da política que seguem. Ás vezes cometem o que parecem erros políticos no contexto internacional. Mas não são acasos.

Lula vai à Arábia Saudita. E daí? É o maior exportador de petróleo. O maior cliente do Oriente Médio da indústria de armamentos. O país de origem do Islã, Maomé e de Meca, a cidade mais santa do Islã, aquela que todo o crente tem de visitar pelo menos uma vez na vida. País sunita por excelência, herdeiro e cumpridor das tradições do Profeta, conservador como nenhum outro e autor do plano de paz entre israelenses e palestinos que Obama mais aprecia.

Mais, muito mais. O presidente do Irã que em breve chegará ao Brasil é um xiita ultraconservador, a segunda seita islâmica em número de crentes. Em um certo sentido, até mesmo um tanto herética, pois venera uma trindade,:Alá, Maomé e Ali, o genro do profeta deserdado pela viúva.

O Irã é de etnia persa (os árabes são semitas). Supostamente corre para ser uma potência atômica e poder dominante do Oriente Médio, e é supostamente o maior financiador de grupos qualificados de terroristas. O Hezbollah foi impedido de desestabilizar o Egito sunita graças à eficiência dos serviços de contraterrorismo do país. Xiitas têm criado problemas para a Arábia. Sem serem explícitos. Sauditas, egípcios, jordanianos e Israel, que ele promete destruir, não apreciam a recepção que prepararam para ele em Brasília.

Não esquecem a aliança com Chávez. A ambição de alianças latino-americanas. Lula, ao que me dizem fontes confiáveis do Brasil, vai à Arábia para mostrar que não é aliado do iraniano. Não é contra nem a favor, muito pelo contrario, dos países com os quais mantém relações. “É o cara”, como disse Obama.

Mas tendo estado várias vezes perto sem nunca ter vindo - o que já prometeu fazer e não fez - mantém ótimas relações com Israel talvez aplicando o seu equilibrismo. Tudo dele se pode dizer, menos que não tem excelente jogo de corpo.

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