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domingo, 13 de fevereiro de 2011

TODA A VIDA EUROPEIA MORREU EM AUSCHWITZ

Por Sebastian Vilar Rodriguez

Desci uma rua em Barcelona, e descobri repentinamente uma verdade terrível.
A Europa morreu em Auschwitz. Matamos seis milhões de Judeus e
substituímo-los por 20 milhões de muçulmanos.

Em Auschwitz queimamos uma cultura, pensamento, criatividade, e talento.
Destruímos o povo escolhido, verdadeiramente escolhido, porque era um povo
grande e maravilhoso que mudara o mundo.
A contribuição deste povo sente-se em todas as áreas da vida: ciência, arte,
comércio internacional, e acima de tudo, como a consciência do mundo. Este é
o povo que queimamos.
E debaixo de uma pretensa tolerância, e porque queríamos provar a nós mesmos
que estávamos curados da doença do racismo, abrimos as nossas portas a 20
milhões de muçulmanos que nos trouxeram estupidez e ignorância, extremismo
religioso e falta de tolerância, crime e pobreza, devido ao pouco desejo de
trabalhar e de sustentar as suas famílias com orgulho.
Eles fizeram explodir os nossos comboios, transformaram as nossas lindas
cidades espanholas, num terceiro mundo, afogando-as em sujeira e crime.
Fechados nos seus apartamentos eles recebem, gratuitamente, do governo, eles
planejam o assassinato e a destruição dos seus ingénuos hospedeiros.
E assim, na nossa miséria, trocámos a cultura por ódio fanático, a
habilidade criativa, por habilidade destrutiva, a inteligência por
subdesenvolvimento e superstição.
Trocamos a procura de paz dos judeus da Europa e o seu talento, para um
futuro melhor para os seus filhos, a sua determinação, o seu apego à vida
porque a vida é santa, por aqueles que prosseguem na morte, um povo
consumido pelo desejo de morte para eles e para os outros, para os nossos
filhos e para os deles.

Que terrível erro cometido pela miserável Europa.
O total da população islâmica (ou muçulmana) é de, aproximadamente, *1 200
000 000*, isto é um bilhão e duzentos milhões ou seja *20% da população
mundial*. Eles receberam os seguintes *Prémios Nobel*:
*Literatura*
1988 Najib Mahfooz

*Paz*
1978 Mohamed Anwar El-Sadat
1990 Elias James Corey
1994 Yaser Arafat
1999 Ahmed Zewai

*Economia*
(ninguém)

*Física*
(ninguém)

*Medicina*
1960 Peter Brian Medawar
1998 Ferid Mourad

*TOTAL*: *7 *(sete)

O total da população de Judeus é, aproximadamente, *14 000 000*, isto é
catorze milhões ou seja cerca de *0,02% da população mundial*. Eles
receberam os seguintes *Prémios Nobel*:

*Literatura *
1910 - Paul Heyse
1927 - Henri Bergson
1958 - Boris Pasternak
1966 - Shmuel Yosef Agnon
1966 - Nelly Sachs
1976 - Saul Bellow
1978 - Isaac Bashevis Singer
1981 - Elias Canetti
1987 - Joseph Brodsky
1991 - Nadine Gordimer World

*Paz *
1911 - Alfred Fried
1911 - Tobias Michael Carel Asser
1968 - Rene Cassin
1973 - Henry Kissinger
1978 - Menachem Begin
1986 - Elie Wiesel
1994 - Shimon Peres
1994 - Yitzhak Rabin

*Física *
1905 - Adolph Von Baeyer
1906 - Henri Moissan
1907 - Albert Abraham Michelson
1908 - Gabriel Lippmann
1910 - Otto Wallach
1915 - Richard Willstaetter
1918 - Fritz Haber
1921 - Albert Einstein
1922 - Niels Bohr
1925 - James Franck
1925 - Gustav Hertz
1943 - Gustav Stern
1943 - George Charles de Hevesy
1944 - Isidor Issac Rabi
1952 - Felix Bloch
1954 - Max Born
1958 - Igor Tamm
1959 - Emilio Segre
1960 - Donald A. Glaser
1961 - Robert Hofstadter
1961 - Melvin Calvin
1962 - Lev Davidovich Landau
1962 - Max Ferdinand Perutz
1965 - Richard Phillips Feynman
1965 - Julian Schwinger
1969 - Murray Gell-Mann
1971 - Dennis Gabor
1972 - William Howard Stein
1973 - Brian David Josephson
1975 - Benjamin Mottleson
1976 - Burton Richter
1977 - Ilya Prigogine
1978 - Arno Allan Penzias
1978 - Peter L Kapitza
1979 - Stephen Weinberg
1979 - Sheldon Glashow
1979 - Herbert Charles Brown
1980 - Paul Berg
1980 - Walter Gilbert
1981 - Roald Hoffmann
1982 - Aaron Klug
1985 - Albert A. Hauptman
1985 - Jerome Karle
1986 - Dudley R. Herschbach
1988 - Robert Huber
1988 - Leon Lederman
1988 - Melvin Schwartz
1988 - Jack Steinberger
1989 - Sidney Altman
1990 - Jerome Friedman
1992 - Rudolph Marcus
1995 - Martin Perl
2000 - Alan J.. Heeger

*Economia *
1970 - Paul Anthony Samuelson
1971 - Simon Kuznets
1972 - Kenneth Joseph Arrow
1975 - Leonid Kantorovich
1976 - Milton Friedman
1978 - Herbert A. Simon
1980 - Lawrence Robert Klein
1985 - Franco Modigliani
1987 - Robert M. Solow
1990 - Harry Markowitz
1990 - Merton Miller
1992 - Gary Becker
1993 - Robert Fogel

*Medicina*
1908 - Elie Metchnikoff
1908 - Paul Erlich
1914 - Robert Barany
1922 - Otto Meyerhof
1930 - Karl Landsteiner
1931 - Otto Warburg
1936 - Otto Loewi
1944 - Joseph Erlanger
1944 - Herbert Spencer Gasser
1945 - Ernst Boris Chain
1946 - Hermann Joseph Muller
1950 - Tadeus Reichstein
1952 - Selman Abraham Waksman
1953 - Hans Krebs
1953 - Fritz Albert Lipmann
1958 - Joshua Lederberg
1959 - Arthur Kornberg
1964 - Konrad Bloch
1965 - Francois Jacob
1965 - Andre Lwoff
1967 - George Wald
1968 - Marshall W. Nirenberg
1969 - Salvador Luria
1970 - Julius Axelrod
1970 - Sir Bernard Katz
1972 - Gerald Maurice Edelman
1975 - Howard Martin Temin
1976 - Baruch S. Blumberg
1977 - Roselyn Sussman Yalow
1978 - Daniel Nathans
1980 - Baruj Benacerraf
1984 - Cesar Milstein
1985 - Michael Stuart Brown
1985 - Joseph L. Goldstein
1986 - Stanley Cohen [& Rita Levi-Montalcini]
1988 - Gertrude Elion
1989 - Harold Varmus
1991 - Erwin Neher
1991 - Bert Sakmann
1993 - Richard J. Roberts
1993 - Phillip Sharp
1994 - Alfred Gilman
1995 - Edward B. Lewis
1996- Lu RoseIacovino

*TOTAL*: *128* (cento e vinte e oito)


Os judeus não estão a promover lavagens cerebrais a crianças em campos de
treino militar, ensinando-os a fazerem-se explodir e causar um máximo de
mortes a judeus e a outros não muçulmanos.
Os judeus não tomam aviões, nem matam atletas nos Jogos Olímpicos, nem se
fazem explodir em restaurantes alemães.
Não há um único judeu que tenha destruído uma igreja. NÃO há um único judeu
que proteste matando pessoas.
Os judeus não traficam escravos, não têm líderes a clamar pela Jihad
Islâmica e morte a todos os infiéis.
Talvez os muçulmanos do mundo devessem considerar investir mais numa
educação modelo e menos em queixarem-se dos judeus por todos os seus
problemas.
Os muçulmanos deviam perguntar o que poderiam fazer pela humanidade antes
de pedir que a humanidade os respeite.
Independentemente dos seus sentimentos sobre a crise entre Israel e os seus
vizinhos palestinos e árabes, mesmo que creiamos que há mais culpas na
parte de Israel, as duas frases que se seguem realmente dizem tudo:
Se os árabes depusessem hoje as suas armas não haveria mais violência. Se os
judeus depusessem hoje as suas armas não haveria mais Israel (Benjamin
Netanyahu)
Por uma questão histórica, quando o Comandante Supremo das Forças Aliadas,
General Dwight Eisenhower, encontrou todas as vítimas mortas nos campos de
concentração nazi, mandou que as pessoas ao visitarem esses campos de
morte, tirassem todas as fotografias possíveis, e para os alemães das
aldeias próximas serem levados através dos campos e que enterrassem os
mortos.
Ele fez isto porque disse de viva voz o seguinte:
Gravem isto tudo hoje. Obtenham os filmes, arranjem as testemunhas, porque
poderá haver algum malandro lá em baixo, na estrada da história, que se
levante e diga que isto nunca aconteceu.
Recentemente, no Reino Unido, debateu-se a intenção de remover o holocausto
do curriculum das suas escolas, porque era uma ofensa para a população
muçulmana, a qual diz que isto nunca aconteceu. Até agora ainda não foi
retirado do curriculum. Contudo é uma demonstração do
grande receio que está a preocupar o mundo e a facilidade com que as nações
o estão a aceitar.
Já passaram mais de sessenta anos depois da Segunda Guerra Mundial na Europa
ter terminado.
O conteúdo deste mail está a ser enviado como uma cadeia em memória dos 6
milhões de judeus, dos 20 milhões de russos, dos 10 milhões de cristãos e
dos 1 900 padres Católicos que foram assassinados, violados, queimados, que
morreram de fome, foram espancados, e humilhados enquanto o povo alemão
olhava para o outro lado.

Agora, mais do que nunca, com o Irã entre outros, reclamando que o
Holocausto é um mito, é imperativo assegurar-se de que o mundo nunca
esquecerá isso.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Uma Sobrevivente

Ex-prisioneira de Auschwitz conta como sobreviveu à barbárie nazista e afirma: os alemães sabiam o que acontecia nos campos de concentração, mas não tiveram a coragem de dizer basta
por Bruno Fiuza
Arquivo pessoal / Divulgação
Eva: no auge dos seus 81 anos, ela conserva a esperança e a vontade de viver que lhe deram força para superar os maiores horrores do século XX
Ela saiu com vida do mais terrível campo de extermínio da Segunda Guerra Mundial. Capturada no dia do s
eu aniversário de 15 anos pelos nazistas, Eva Schloss foi levada a Auschwitz junto com sua mãe, Fritzi, em maio de 1944. Lutando diariamente contra a morte, as duas resistiram até janeiro de 1945, quando os russos libertaram o campo. De volta a Amsterdã, onde haviam morado antes e durante a guerra, mãe e filha descobriram que o resto da família – o pai e o irmão de Eva – havia morrido em Auschwitz. Foi então que Fritzi se aproximou de um antigo vizinho chamado Otto Frank, que perdera a filha, Anne. Os dois acabaram se casando e Eva tornou-se, postumamente, meia-irmã de Anne Frank.

Ao contrário da “parente” famosa, no entanto, Eva demorou mais de 40 anos para escrever suas memórias. Foi só em 1988 que ela finalmente publicou o emocionante relato de sua vida durante a guerra. No fim de 2010, a autora esteve em São Paulo para o lançamento da edição brasileira do livro e recebeu a reportagem de ##História Viva##. Leia abaixo os principais trechos do depoimento de uma garota que, no auge de seus 81 anos, c
onserva intacta a esperança e a vontade de viver que lhe deram a força necessária para superar os maiores horrores do século XX.

História Viva – Por que a senhora demorou tanto tempo para escrever suas memórias?

Eva Schloss – Logo depois da guerra eu sentia muita raiva, não só dos alemães, mas do mundo inteiro, por ninguém ter ajudado, pelas pessoas não terem impedido aquela tragédia. Eu queria botar aquela raiva para fora, mas ninguém parecia interessado em saber o que realmente havia acontecido. Quando os americanos e russos libertaram os prisioneiros dos campos de concentração eles filmaram o que encontraram, e esses filmes foram exibidos nos cinemas ingleses e em outros países da Europa. As cenas eram horríveis, mostravam pilhas de esqueletos e cadáveres. Tudo isso causou repulsa na população, e, durante muito tempo, as pessoas preferiram não tocar no assunto.


HV – E o que a levou a finalmente escrever o livro? Quando surgiu a ideia?

Eva – Foi em 1986, quando Ken Livingstone, que mais tarde se tornaria prefeito de Londres, levou à Inglaterra uma exposição histórica que havia sido organizada originalmente na Casa de Anne Frank, em Amsterdã. É claro que minha mãe e eu fomos convidadas para o evento de abertura. Havia cerca de 200 ou 300 pessoas na plateia e uma mesa com seis ou sete palestrantes. Ken Livingstone me convidou para a mesa e, depois que todos falaram, ele disse: “Agora Eva quer contar uma coisa para vocês”. Na verdade, eu não queria dizer nada. Eu nunca tinha falado sobre isso. Mas todos pareciam ansiosos, e então eu comecei a falar. E eu falei, falei, falei e falei. Foi incrível! Ao fim do evento, muitos jovens vieram falar comigo, e eles queriam saber mais, queriam autógrafos e fizeram mais perguntas. Aquilo realmente foi uma mudança completa para mim, porque eu senti que, pela primeira vez, as pessoas estavam realmente interessadas. Eu fui convidada a viajar com a exposição e uma amiga me disse: “É important
e que você escreva sua história”.

HV – Escrever suas memórias lhe fez bem?

Eva – Sim. Até então, tudo estava preso na minha cabeça. Eu nunca havia falado sobre o assunto, mas estava lá. E, ao pôr no papel, eu consegui colocar um pouco disso tudo para fora.


HV – Como a senhora definiria um nazista?


Eva – Bem, esse é o problema: eles não pareciam maus, eram pessoas comuns. Foi por isso que na Holanda nós fomos traídos por uma enfermeira. Ela era nazista, mas você nunca suspeitaria disso. Muitos eram extremamente bem educados. Era o caso de [Joseph] Mengele, por exemplo, que realizava terríveis experimentos com seres humanos e decidia quem vivia e quem morria em Auschwitz: ele era muito bem educado, eu poderia quase dizer que era um cavalheiro. Estava sempre perfeitamente vestido, era um homem de meia idade, alto e bonito. Você nunca suspeitaria que ele fosse capaz de fazer algo mau. E é por isso que, na década de 1970, quando comecei a visitar a Alemanha, eu suspeitava de toda pessoa mais velha. Eu olhava para elas e pensava ‘O que você fez? Você estava em um campo de concentração?’, porque você não conseguia distinguir um nazista pela aparência.

HV – Todo mundo podia ser nazista?

Eva – Todo mundo. E muitos deles eram, porque, quando os russos chegaram e evacuaram os campos de concentração, muitos dos guardas comuns jogaram fora seus uniformes, vestiram uma roupa qualquer e voltaram para suas cidades e vilas de origem. Não aconteceu nada com a maioria deles.



Arquivo pessoal / Divulgação
Eva no dia de seu casamento, em Amsterdã, em 1953, ao lado do marido (ao centro), e de Fritzi e Otto Frank (à esq.)


HV – No livro, a senhora conta que as pessoas que viviam nos arredores dos campos de concentração viam os prisioneiros circulando na região. A senhora acha que elas não sabiam ou não queriam saber o que estava acontecendo lá dentro?

Eva – Elas sabiam. A maioria dos campos de concentração na Alemanha e na Polônia foi construída bem ao lado de alguma cidade, como foi o caso de Aushwitz ou Dachau, e as pessoas do entorno viam o que acontecia naqueles lugares, elas sabiam. Elas viam os trens, as pessoas chegando e saindo. Em Auschwitz, muitos prisioneiros vestidos com o uniforme listrado saíam do campo para trabalhar em fábricas próximas. Esses detentos já estavam muito emaciados. Muitos não podiam sequer andar, alguns morriam no caminho. E os moradores do entorno viam tudo isso.

HV – O que a senhora diria se tivesse de explicar, em poucas palavras, o que foram os campos de concentração?

Eva – Bem, é difícil explicar isso em poucas palavras, mas eu diria que é um modo de tirar a liberdade das pessoas, torturá-las, e, por fim, matá-las. Os nazistas queriam acabar conosco, eles não queriam que nenhum judeu sobrevivesse. Mas havia tantos, seis milhões, que nem com os eficientes métodos de envenenamento por gás que desenvolveram eles foram capazes de atingir essa meta com a rapidez desejada. Assim, milhões de pessoas foram mantidas em condições terríveis: passando fome, cheias de doenças, submetidas a regimes duríssimos de trabalho e tratados como animais até que chegasse a sua vez de morrer. Éramos como animais esperando pelo abate.


Arquivo pessoal / Divulgação
Eva e a mãe seguram um retrato de Anne Frank em 1986


HV – E quanto ao Exército Vermelho? Muito já se falou sobre a violência de seus soldados. Que memória a senhora guarda dos russos?

Eva – Para mim eles foram maravilhosos! Quando chegaram ao campo de concentração, em pleno inverno, eles pareciam deuses. E realmente nos trataram como vítimas de um sistema terrível. Eles nos respeitaram, nos alimentaram, nos vestiram, nos transportaram e foram extremamente bons. É claro, eu sei, e é verdade, que, quando eles entraram na Alemanha, fizeram coisas horríveis. Eles estupraram, saquearam, mataram pessoas. Mas, após a libertação, como não podíamos voltar para a Holanda, viajamos por quatro meses pela Rússia e vimos a inacreditável devastação que os alemães haviam causado no país. Não havia uma cidade, uma vila, uma fazendo que não tivesse sido completamente demolida e queimada. E muitos jovens entraram para o Exército Vermelho para se vingar dos alemães, porque não tinham mais família nem lugar para ir. Os russos perderam 40 milhões de pessoas na guerra e, mesmo assim, eles não se renderam. Eu realmente admiro os russos. Se não fosse por eles, a guerra poderia ter durado muito mais.

HV – Quando a senhora vê notícias sobre grupos neonazistas e manifestações de ódio racial atualmente na Europa, acredita que seria possível se repetir hoje o que aconteceu na Alemanha nazista?

Eva – Não, eu não acho que uma coisa assim possa voltar a acontecer, porque aquilo foi típico de um país e de uma época: os alemães estavam prontos para obedecer qualquer ordem que viesse de cima, prontos para fazer qualquer coisa que o líder lhes mandasse fazer. Se alguma coisa desse tipo voltasse a acontecer, eu acho que em algum momento as pessoas iriam parar para pensar e se recusariam a seguir as ordens.

HV – Foi isso que os alemães não fizeram na década de 1930?

Eva – Exatamente

História Viva




terça-feira, 26 de maio de 2009

Holocausto! Um projeto europeu?

Der Spiegel
Georg Bönisch, Jan Friedmann, Cordula Meyer, Michael Sontheimer, Klaus Wiegrefe

Os alemães são responsáveis pelo assassinato em escala industrial de 6 milhões de judeus. Mas, surpreendentemente, o conluio de outros países europeus no Holocausto recebeu pouca atenção até há pouco tempo. O julgamento de John Demjanjuk deverá projetar luz sobre os estrangeiros que ajudaram Hitler.

Ele já esteve na Alemanha antes, neste país de criminosos. Tinha 25 anos na época e seu nome de batismo era Ivan, e não John — ainda não.

Ivan Demjanjuk serviu como guarda no campo de concentração de Flossenburg até pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Ele foi transferido para lá do campo da morte das SS em Sobibor, na atual Polônia. Era ucraniano, e um "travniki", um dos 5.000 homens que ajudaram o regime nazista da Alemanha a cometer o crime do milênio - o assassinato de todos os judeus da Europa, a "solução final".

"Onda de ultraje"

Matéria de "Der Spiegel" sobre europeus que colaboraram com o extermínio judeu de Hitler provocou reações na imprensa polonesa.



Ele fez parte do esquema, embora fosse uma peça muito pequena no vasto maquinário do crime. Ivan Demjanjuk ficou na Alemanha do pós-guerra durante sete anos antes de emigrar para os EUA em 1952 com sua mulher e filha a bordo do General Haan. Quando chegou lá, trocou o nome para John. Estava terminado seu tempo como suposto DP, ou "displaced person" (pessoa deslocada), como os vencedores anglo-americanos chamavam as pessoas que ficaram sem teto na guerra.

O DP Demjanjuk tinha vivido nas cidades de Landshut e Regensburg, no sul da Alemanha, onde trabalhou para o exército americano. Mudou-se para Ulm, Ellwangen, Bad Reichenhall e finalmente para Feldafing, junto ao lago Starnberg. Feldafing pertence à área coberta pelo tribunal distrital de Munique, e por isso Demjanjuk está detido na prisão de Stadelheim, em Munique, desde que foi deportado dos EUA, na semana passada. Sua cela mede 24 metros quadrados - extraordinariamente espaçosa para os padrões habituais de prisões.

Último grande julgamento nazista na Alemanha
Ele enfrenta acusações de ajudar e apoiar o assassinato de pelo menos 29 mil judeus em Sobibor. O julgamento poderá começar no final do verão, desde que Demjanjuk, hoje com 90 anos, seja considerado capaz de suportá-lo. Testemunhas serão chamadas a depor, mas nenhuma delas poderá identificá-lo. A única evidência está nos arquivos, mas é forte. Por duas vezes, em 1949 e 1979, o ex-travniki Ignat Danilchenko, hoje morto, afirmou que Demjanjuk foi um "guarda experiente e eficiente" que levou judeus para as câmaras de gás — "que era um trabalho cotidiano".

Demjanjuk negou a acusação totalmente. Ele diz que nunca esteve em Flossenburg ou em Sobibor, e nunca empurrou pessoas para as câmaras de gás. O ex-americano adotou a mesma tática de negação de muitos outros réus julgados por crimes de guerra desde 1945.

Mas já está claro que este último grande julgamento nazista na Alemanha será profundamente extraordinário, porque pela primeira vez colocará réus estrangeiros sob os refletores da mídia mundial.

São homens que até agora receberam, surpreendentemente, muito pouca atenção - policiais ucranianos e a polícia auxiliar da Letônia, soldados romenos ou trabalhadores ferroviários húngaros, agricultores poloneses, tabeliães holandeses, prefeitos franceses, ministros noruegueses, soldados italianos - todos participaram do Holocausto na Alemanha.
Especialistas como Dieter Pohl, do Instituto Alemão de História Contemporânea, estimam que mais de 200 mil não-alemães - quase o mesmo número de alemães e austríacos - "prepararam, praticaram e ajudaram em atos de assassinato". E com frequência eles foram tão impiedosos quanto os carrascos de Hitler.

Só para dar um exemplo, em 27 de junho de 1941, um coronel da equipe do Grupo do Exército Norte da Alemanha na cidade lituana de Kaunas passou por um posto de gasolina cercado por uma multidão. Ouviu gritos de bravo e aplausos, mães erguiam seus filhos para que enxergassem melhor. O oficial se aproximou e mais tarde descreveu o que havia visto. "No pátio de concreto havia um homem louro de cerca de 25 anos, de altura mediana, que estava descansando apoiado em um bastão de madeira grosso como seu braço e que chegava até seu peito. A seus pés havia 15 ou 20 pessoas mortas ou agonizantes. Uma mangueira jorrava água, levando o sangue para um ralo".

O soldado continuou: "Alguns passos atrás desse homem estavam cerca de 20 homens que - guardados por vários civis armados - esperavam sua terrível execução em silenciosa submissão. Chamado com um gesto rude, o próximo se adiantou em silêncio e foi (...) espancado até a morte com o bastão de madeira, e cada golpe era acompanhado de gritos entusiasmados da plateia".

Orgia de assassinatos como cerimônia nacional
Quando todos estavam mortos no chão, o assassino louro subiu no monte de cadáveres e tocou acordeão. Sua plateia cantou o hino lituano como se a orgia de assassinatos fosse uma cerimônia nacional.

Como semelhante coisa pôde acontecer? Há muito tempo essa pergunta não é dirigida somente aos alemães - cuja responsabilidade principal pelo horror é indiscutível -, mas também aos perpetradores de todos os países.
O que levou o ditador romeno Ion Antonescu e seus generais, soldados, funcionários públicos e agricultores a assassinar 200 mil judeus (e talvez até o dobro disso) "por sua própria decisão", como diz o historiador Armin Heinen? Por que os esquadrões da morte no Báltico cometeram assassinatos sob ordens de alemães na Letônia, Lituânia, Belarus e Ucrânia? E por que os Einsatzgruppen alemães - "grupos de intervenção" paramilitares operados pelas SS - tiveram tal facilidade para incentivar a população não-judia a cometer massacres entre Varsóvia e Minsk?

É totalmente indiscutível que o Holocausto nunca teria acontecido sem Hitler, o chefe das SS, Heinrich Himmler, e muitos, muitos outros alemães. Mas também é verdade "que os alemães por si sós não teriam conseguido efetuar o assassinato de milhões de judeus europeus", diz o historiador Michael Wild, estabelecido em Hamburgo.

É uma ideia da qual muitos sobreviventes nunca duvidaram. Quando a Associação de Sobreviventes Judeus Lituanos se reuniu em Munique em 1947, aprovou uma resolução com um título inconfundível: "Sobre a culpa de grande parte da população lituana pelo assassinato dos judeus lituanos".

No Terceiro Reich, com sua burocracia azeitada, havia registros abrangentes da população judia. Mas nos territórios conquistados pelo exército alemão os asseclas de Hitler precisavam de informação, como a que foi fornecida na Holanda pelos tabeliães, cujos funcionários tiveram muito trabalho para compilar um "Registro de Judeus" preciso.
E como as SS e a polícia poderiam rastrear judeus nas cidades do Leste Europeu, com sua ampla mistura de grupos étnicos, sem o apoio da população local? Poucos alemães seriam capazes de "reconhecer um judeu em uma multidão", lembra Thomas Blatt, um sobrevivente de Sobibor que pretende depor no julgamento de Demjanjuk.

Na época, Blatt era um menino louro e tentou se passar por cristão em sua casa na cidade de Izbica, na Polônia. Ele não usava a estrela amarela e tentava parecer confiante quando encontrava a polícia uniformizada. Mas foi traído várias vezes - os alemães pagavam por informações sobre a localização de judeus - e sempre escapou, com muita sorte.

Denúncias eram comuns
As denúncias eram tão comuns na Polônia que havia um termo especial para os informantes pagos - "Szmalcowniki", que antes designava uma cerca. Em muitos casos os delatores conheciam suas vítimas. E enquanto os franceses, holandeses ou belgas podiam se entregar à ilusão de que tudo acabaria bem para os judeus deportados de Paris, Roterdã ou Bruxelas para o leste, as populações do Leste Europeu sabiam o que aguardava os judeus em Auschwitz ou Treblinka.

É claro que se podem encontrar muitos exemplos inversos. Um alto oficial do Einsatzgruppe C, responsável pelo assassinato de mais de 100 mil pessoas, queixou-se de que os ucranianos não tinham "um antissemitismo acentuado, com base em motivos raciais ou ideológicos". O oficial escreveu que "há uma falta de liderança e de ímpeto espiritual para a perseguição dos judeus".

O historiador Feliks Tych estima que cerca de 125 mil poloneses salvaram judeus sem receber dinheiro por seus serviços. É claro que os criminosos sempre constituíram uma pequena porcentagem de suas respectivas populações. Mas os alemães contavam com essa minoria. As SS, a polícia e o exército não tinham efetivos suficientes para vasculhar as amplas áreas onde a liderança nazista pretendia matar todas as pessoas de origem judaica.

Nos 4.000 quilômetros que vão da Bretanha, no oeste da França, ao Cáucaso, os nazistas estavam ocupados em caçar suas vítimas, deportá-las para campos de extermínio ou locais de assassinato próximos, evitar fugas, cavar valas comuns e realizar seu sangrento trabalho.
É claro que somente Hitler e seu círculo ou o exército poderiam ter detido o Holocausto. Mas isto não invalida o argumento de que sem a ajuda de estrangeiros, milhares ou mesmo milhões dos cerca de 6 milhões de judeus assassinados poderiam ter sobrevivido.

Nos campos da morte do Leste Europeu havia até dez ajudantes locais para cada policial alemão. A proporção é semelhante nos campos de extermínio. Não em Auschwitz, que era conduzido quase inteiramente por alemães, mas em Belzec (600 mil mortos), Treblinka (900 mil mortos) ou no Sobibor de Demjanjuk. Lá, um punhado de membros das SS era auxiliado por cerca de 120 "travniki".

Sem eles, os alemães nunca teriam conseguido matar 250 mil judeus em Sobibor, diz o ex-prisioneiro Blatt. Eram os travniki que guardavam o campo, conduziam todos os judeus dos vagões de trem e caminhões quando chegavam ao campo e os agrediam para que entrassem nas câmaras de gás.

O Holocausto foi um projeto europeu?
Um número tão absurdo de vítimas levanta perguntas perturbadoras, e o historiador de Berlim Götz Aly já começou a fazer algumas anos atrás: a chamada "solução final" seria na verdade um "projeto europeu que não pode ser explicado somente pelas circunstâncias específicas da história alemã"?

Ainda não há um veredicto final sobre as dimensões europeias do Holocausto. Os franceses e italianos começaram tarde - quando a maioria dos criminosos já estava morta - a tratar de forma abrangente essa parte de sua história. Outros, como os ucranianos e lituanos, ainda se arrastam; ou, em alguns casos, apenas começaram, como na Romênia, na Hungria e na Polônia.

Desde 1945 os países invadidos e arrasados pelos exércitos de Hitler se consideraram vítimas - o que sem dúvida foram, com seu enorme número de mortos. Isso torna ainda mais doloroso admitir que muitos compatriotas ajudaram os criminosos alemães.

Na Letônia, a ajuda local foi maior que em qualquer outro lugar. Segundo o historiador americano Raul Hilberg, os letões tiveram a maior proporção de ajudantes nazistas. Os dinamarqueses estão na outra ponta da escala. Quando a deportação dos judeus da Dinamarca estava prestes a começar, em 1943, grande parte da população ajudou os judeus a escapar para a Suécia ou os escondeu. Cerca de 98% dos 7.500 judeus da Dinamarca sobreviveram à Segunda Guerra Mundial. Em comparação, apenas 9% dos judeus holandeses sobreviveram.

O Holocausto representa o ponto baixo não apenas da história alemã, mas também da europeia, como afirma o historiador Aly?

Há evidências que contestam a noção amplamente aceita de que os criminosos estrangeiros foram obrigados a ajudar os alemães a cometer os assassinatos. É verdade que os ajudantes locais arriscavam a vida quando se recusavam a ajudar os ocupantes alemães. Isso se aplicava às unidades policiais e aos funcionários públicos na Europa Ocidental ocupada, assim como à polícia auxiliar recém-formada no Leste. Mas também é verdade que em muitos lugares as pessoas se ofereciam para servir aos alemães ou participaram de crimes sem ser obrigadas a isso.

Também há a alegação muitas vezes repetida de que os governos de países aliados a Hitler não tinham opção senão entregar os cidadãos judeus aos alemães. Isso também não é verdade. Os países dos Bálcãs, em particular, rapidamente entenderam como a "solução da questão judia" era importante para Hitler e seus diplomatas - e tentaram obter o maior preço possível por sua cumplicidade.

Também há motivos para duvidar da suposição de que os auxiliares eram sádicos patológicos. Se isso fosse verdade, deveria ser fácil identificá-los, por exemplo, no grupo de 50 lituanos que serviram sob o comando do SS Obersturmbannführer (tenente-coronel) Joachim Hamann. Os homens percorriam aldeias até cinco vezes por semana para assassinar judeus, e acabaram matando 60 mil pessoas. Bastava algumas caixas de vodca para animá-los. À noite, a tropa voltava para Kaunas e se gabava de seus crimes no refeitório.

Nenhum dos lituanos havia sido criminoso antes. Eles eram "total e absolutamente normais", acredita o historiador Knut Stang. Em quase toda parte depois da guerra os assassinos retornaram a suas vidas habituais, como se nada tivesse acontecido. Demjanjuk também era um cidadão correto. Em Cleveland, Ohio, onde vivia, era considerado um bom colega e vizinho simpático.

É a mesma coisa com os criminosos alemães. Não há um tipo de assassino identificável - é uma conclusão perturbadora a que chegaram os historiadores. Os assassinos incluíam católicos e protestantes, europeus meridionais de sangue quente e frios bálticos, extremistas de direita obcecados ou burocratas insensíveis, acadêmicos refinados ou caipiras violentos.

Entre eles estava Viktor Arajs (1910-1988), um advogado culto de uma família de agricultores letões que comandou uma unidade de mais de mil homens que percorreu a Europa Oriental assassinando em nome dos nazistas. Ou o romeno Generaru, filho de um general e comandante do gueto de Bersad, na Ucrânia, que mandou amarrar uma de suas vítimas a uma motocicleta e a arrastou até a morte.

Antissemitismo assolava a Europa
E o antissemitismo? Na década de 1930 o antissemitismo cresceu em toda a Europa porque a comoção após a Primeira Guerra Mundial e a crise econômica global haviam abalado as pessoas. No Leste Europeu, a tendência a considerar os judeus como bodes expiatórios e tentar excluí-los do mercado de trabalho era especialmente forte. Na Hungria, os judeus foram banidos de cargos públicos no final dos anos 1930, e proibidos de trabalhar em muitas profissões. A Romênia adotou voluntariamente as Leis de Nuremberg, racistas e antissemitas, da Alemanha nazista. Na Polônia, muitas universidades restringiram o acesso de estudantes judeus.

A extensão do ódio aos judeus também se reflete no fato de que após o fim da guerra, em 1945, turbas na Polônia mataram pelo menos 600, e talvez milhares, de sobreviventes do Holocausto. No entanto, o excesso de nacionalismo parece ter sido o fator mais importante, pelo menos no Leste Europeu. Lá, muitos sonhavam com uma nação-estado livre de minorias. Nesse sentido, os judeus eram simplesmente um dos vários grupos de que as pessoas queriam se livrar. Com o avanço da Segunda Guerra, os croatas não apenas mataram judeus, mas também um número muito maior de sérvios. Os poloneses e lituanos se matavam entre si. A Romênia liquidou ciganos e ucranianos.

É difícil determinar o que motivou as pessoas a matar. Muitas vezes o nacionalismo ou o antissemitismo eram simples desculpas. Durante a guerra, ninguém passava fome na Alemanha, mas as condições de vida no Leste Europeu eram miseráveis. "Para os alemães, 300 judeus significavam 300 inimigos da humanidade. Para os lituanos significavam 300 pares de calças e 300 pares de botas", diz uma testemunha. Era cobiça em nível pessoal. Mas também aparecia em nível coletivo. Na França, 96% das empresas "arianizadas" permaneceram nas mãos de franceses. O governo húngaro usou os bens expropriados dos judeus para ampliar seu sistema de aposentadorias e reduzir a inflação.

Bodes expiatórios para crimes de soviéticos
A vingança imaginária também teve uma participação. Os massacres da população da Polônia contra os judeus em 1941 se basearam na suposição de que os judeus formavam uma espécie de base para o regime soviético, porque os comunistas de origem judia foram por algum tempo muito representativos na burocracia soviética. Em consequência, muitas pessoas culpavam os judeus pelos crimes cometidos durante a ocupação soviética do leste da Polônia entre 1939 e 1941.

A polícia secreta de Stálin, a NKWD, mandou fuzilar ou deportar para os "gulags" os adversários reais e supostos do regime nos países bálticos, no leste da Polônia e na Ucrânia. Com o avanço das tropas alemãs, os soviéticos deixaram para trás uma sociedade profundamente traumatizada entre o Báltico e os Cárpatos - e muitas covas coletivas.

Hitler não tinha decidido todos os detalhes do Holocausto desde o início, supondo que conseguiria expulsar todos os judeus de sua esfera de influência depois de uma rápida vitória contra a União Soviética. Mas o avanço alemão contra a URSS começou a vacilar no outono de 1941, o que levantou o problema do que fazer com as pessoas amontoadas nos guetos, especialmente na Polônia. Muitos Gauleiter, oficiais das SS e altos administradores pediam que seus territórios fosse "judenfrei" ("livre de judeus"), o que significava liquidá-los. A construção dos campos de extermínio começou por Belzec, depois Sobibor, depois Treblinka.

Curso de treinamento rápido em Holocausto
Foi um programa de matança gigantesco, em que a maioria dos judeus da Polônia, 1,75 milhão de pessoas, foram assassinados. Os SS preferiam recrutar seus ajudantes entre os ucranianos ou alemães étnicos nos campos de prisioneiros de guerra, onde soldados do Exército Vermelho como Demjanjuk enfrentavam a opção de matar para os alemães ou morrer de fome.

Mais tarde, números cada vez maiores de voluntários da Ucrânia ocidental e da Galícia [sudeste da Polônia] aderiram à unidade. Os homens tinham de assinar uma declaração de que nunca haviam pertencido a um grupo comunista e não tinham ancestrais judeus.

Depois eram levados para Travniki, no distrito de Lublin no sudeste da Polônia, onde eram treinados na profissão mortífera no local de uma antiga fábrica de açúcar. Em meados de 1943 cerca de 3.700 homens estavam estacionados em Travniki. O treinamento para o Holocausto levava várias semanas. Os homens das SS mostravam aos recrutas como realizar batidas e guardar os prisioneiros, muitas vezes usando sujeitos vivos. Então a unidade ia até uma cidade próxima e espancava moradores judeus e os arrancava de suas casas. Execuções eram realizadas em uma floresta próxima, provavelmente para garantir que os recrutas eram leais.

No início, os travniki foram usados para guardar propriedades e evitar o saque de depósitos de suprimentos. Depois seus amos alemães os enviaram para esvaziar os guetos em Lviv e Lublin, onde foram impiedosos na captura de suas vítimas judias. Finalmente eles foram postos para trabalhar em turnos de oito horas no campo de extermínio. "Todo mundo se colocava onde era necessário", lembrou um oficial das SS. Tudo funcionava "como um relógio".

Historiadores estimam que um terço dos travniki escapou, apesar da punição que sofreriam se fossem apanhados. Alguns foram executados por desobediência. E os outros? Por que não tentaram escapar da máquina mortífera? Por que Demjanjuk não tentou? Ele teria sido corrompido pela sensação de ter "obtido um poder total sobre os outros", como afirma o historiador Pohl? Seria a perspectiva do saque? Em Belzec e Sobibor os travniki se envolveram em um comércio animado com os habitantes das aldeias vizinhas, e lhes pagavam com objetos que haviam subtraído dos prisioneiros.

Talvez houvesse outra coisa, algo ainda mais perturbador que muitas pessoas têm no fundo de sua psique: acatar ordens das autoridades, mesmo contrariando sua consciência. A obediência total e irrestrita.

Ajuda de fora no monstruoso projeto assassino
As tropas alemãs não tiveram toda a Europa continental sob suas armas na mesma medida. Fora do Terceiro Reich e dos territórios ocupados, os alemães precisaram da ajuda de governos estrangeiros em seu projeto assassino monstruoso - no oeste assim como no sul e sudeste da Europa.

Seu apoio foi mais forte entre os eslovacos e os croatas, a quem Hitler deu estados próprios. Os croatas fascistas do regime Ustasha montaram seus próprios campos de concentração onde os judeus foram mortos "de febre tifóide, fome, tiros, tortura, afogamento, punhaladas e golpes de martelo na cabeça", segundo o historiador Hilberg. A maioria dos judeus da Croácia foi morta por croatas.

O antissemitismo não estava tão enraizado na Itália e foi ordenado pelo estado em consideração aos alemães. Um comandante militar italiano em Mostar (atual Bósnia) se recusou a expulsar os judeus de suas casas porque essas operações "não estavam de acordo com a honra do exército italiano". Esse não foi o único caso. Mas está claro que o governo fantoche de Benito Mussolini de 1943 participou avidamente da perseguição aos judeus. Mais de 9 mil judeus italianos foram deportados para a morte.

Cerca de 29 mil judeus da Bélgica foram assassinados, muitos deles denunciados em troca de dinheiro. Denúncias também aconteceram na Holanda e na França. As autoridades locais obedientemente abriram caminho para a deportação dos judeus e mais tarde disseram que não suspeitavam do destino que os aguardava. Essa desculpa foi usada por asseclas, oportunistas e burocratas - uma categoria de criminosos que foi negada por muito tempo após a guerra na França, enquanto o país tentava construir o mito de que toda a população francesa se envolvera na heroica Resistência.

A França ficou dividida em duas. As tropas de Hitler tinham ocupado três quintos do país, mas o sul continuou desocupado até novembro de 1942 e foi governado por um regime de direita baseado em Vichy que colaborou com os alemães.

Quantos foram traídos?
A primeira grande captura de judeus ocorreu em meados de julho de 1942 na Paris ocupada, quando quase 13 mil judeus que não tinham passaporte francês foram tirados de suas casas pela polícia local. Pelo menos dois terços dos judeus deportados da França eram estrangeiros. Os restantes consistiam em cidadãos franceses naturalizados e crianças nascidas na França filhas de judeus apátridas. A polícia "expressou repetidamente o desejo" de que as crianças também fossem deportadas, anotou um oficial das SS em julho de 1942. Quase todos os deportados acabaram em Auschwitz.

Ao todo, quase 76 mil judeus foram deportados da França e somente 3% deles sobreviveram ao Holocausto. Não se sabe quantos foram delatados pela população local. Na Holanda há um número que dá um indício da extensão das denúncias. O país tinha uma autoridade que caçava judeus em nome dos nazistas e que listava as propriedades de judeus que estavam escondidos ou já tinham sido deportados.

O "departamento de registro de bens domésticos" pagava 7,50 florins por judeu que fosse localizado - cerca de 40 euros em valores atuais. O jornalista holandês Ad van Liempt analisou registros históricos e estimou que somente entre março e junho de 1943 mais de 6.800 judeus foram identificados dessa forma, e que pelo menos 54 pessoas participaram dessa caçada uma ou várias vezes. "A maioria delas fez dessa sua ocupação principal durante meses", ele diz.

O chefe da unidade era um mecânico de carros chamado Wim Henneicke, que evidentemente tinha boas conexões no submundo de Amsterdã. Ele montou uma extensa rede de informantes que lhe diziam onde havia judeus escondidos. Cerca de 100 mil judeus da Holanda foram assassinados em campos de concentração, uma proporção muito maior que na Bélgica ou na França.

No entanto, em comparação com a França, os colaboradores holandeses foram rapidamente punidos depois da guerra. Cerca de 16 mil foram julgados até 1951, e quase todos, condenados.

Demjanjuk é uma categoria diferente de criminoso. Ele não é um colaborador ou um caçador de cabeças, nem um policial ou o tipo que contribuiu para o Holocausto longe da matança real. Ele estava em cena, dizem os promotores em seu mandado de prisão minucioso.

O mundo terrível dos auxiliares do Holocausto
Nos próximos dias médicos vão decidir se e por quanto tempo o último capanga de Hitler em Sobibor pode ser julgado. O governo alemão quer que ele enfrente o tribunal. "Devemos isso às vítimas do Holocausto", disse o vice-chanceler Frank-Walter Steinmeier.

Os que sofreram nos campos sob travniki como Demjanjuk não têm qualquer desejo de vingança quando falam sobre isso hoje. O psicanalista americano Jack Terry, que esteve preso no campo de concentração de Flossenburg quando Demjanjuk era guarda lá, diz que bastaria que Demjanjuk "tivesse de passar apenas um dia trancado em sua cela".
O sobrevivente de Sobibor Thomas Blatt diz que "não se importa que ele vá para a prisão; o julgamento é importante para mim. Eu quero a verdade".

Demjanjuk poderá dar informações sobre Sobibor - e sobre o terrível mundo dos ajudantes do Holocausto.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

terça-feira, 12 de maio de 2009

Criminoso nazista será julgado na Alemanha

BERLIM - O suposto criminoso de guerra nazista John Demjanjuk chegou nesta terça-feira, 12, ao aeroporto de Munique para ser julgado na Alemanha, após ser deportado dos Estados Unidos, onde se refugiou após a Segunda Guerra Mundial, informou um porta-voz do aeroporto. Demjanjuk, que tem 89 anos, é acusado de ter participado do massacre de cerca de 29 mil judeus enquanto trabalhava como guarda no campo de concentração de Sobibor, na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial.

Logo depois da aterrissagem, a polícia alemã o deteve e o encaminhou à prisão de Stadelheim, onde será submetido a um exame médico para definir seu estado de saúde. Segundo a Procuradoria dos EUA e o tribunal alemão que pediu sua deportação, uma das tarefas de Demjanjuk no campo era dirigir os judeus dos trens para as câmaras de gás. Ele nega as acusações e alega ter sido capturado pelos alemães na Ucrânia, tendo sido mantido como prisioneiro de guerra pelos nazistas.


O ucraniano, que é o nº 1 na lista dos "criminosos de guerra nazistas mais procurados" do Centro Simon Wiesenthal, nega qualquer envolvimento no Holocausto. Ele diz que lutou nas fileiras soviéticas e foi capturado pela Alemanha em 1941, que o manteve como prisioneiro até 1944. Na segunda-feira, nos EUA, Demjanjuk recebeu a visita dos filhos e netos . No fim da tarde, agentes foram até a casa dele e o levaram em uma ambulância para o Serviço de Imigração, de onde foi levado para o aeroporto.


Segundo a BBC, desde que foi indiciado por autoridades alemãs, no último mês de março, Demjanjuk lutava para não ser extraditado para o país, alegando que sua saúde era muito frágil para que ele fosse deportado. Na última quinta-feira, a Suprema Corte dos EUA rejeitou um pedido de Demjanjuk para que ela interviesse no caso.


Em abril, ele chegou a ser levado de sua casa por agentes federais dos EUA, mas uma ordem judicial que suspendia sua deportação foi concedida. A autorização para que ele fosse deportado foi dada, no início deste mês, por uma banca de três juízes de Ohio, que afirmaram que o processo de extradição poderia seguir se fossem tomados os cuidados necessários com a saúde do acusado.


Demjanjuk chegou aos Estados Unidos em 1952 como refugiado de guerra. Ele fixou-se em Cleveland, Ohio, onde trabalhou em uma fábrica de automóveis. Em 1988, ele foi extraditado e condenado à morte em Israel por crimes contra a humanidade, depois que um grupo de sobreviventes do Holocausto o identificou como "Ivan, o Terrível", um guarda do campo de concentração de Treblinka conhecido por seu sadismo.


Mas a decisão foi revogada em 1993 pela Suprema Corte israelense, que concluiu que existiam dúvidas sobre se Demjanjuk era mesmo um guarda de Treblinka. O acusado voltou, então, aos Estados Unidos. Em 2002, um juiz americano de imigração decidiu que existiam evidências suficientes de que Demjanjuk foi um guarda em campos nazistas e retirou sua cidadania. Em 2005, outro juiz determinou que ele poderia ser deportado para a Alemanha, Polônia ou Ucrânia. No último mês de março, ele foi indiciado por autoridades alemãs por sua suposta participação na morte de 29 mil pessoas em 1943.


Comentário de leitor


O sádico assassino pensava desfrutar da vida na maior ironia. Guerreiro de Hitler, executor de judeus, derrotado pelas forças militares das nações livres, logrou ganhar residência no país cujo povo combateu e ainda com cidadania norte-americana! Viveu com pessoa de bem no meio da sociedade que, juntamente com Hitler, planejou dominar e oprimir. É muito certa a frase: BANDIDOS TAMBEM ENVELHECEM. Passou a maior parte de sua vida na liberdade, quando deveria estar diante de um tribunal para receber a sentença que merecidamente punisse seus crimes. É um exemplo para os tiranos pós-Segunda Guerra. A mesma aplicação do Direito Penal Internacional cabe a Fidel Castro, Armanidejav, Kadafi, Pyongyong e a camarilha dos vermelhinhos da China. Lênin, Yasser Arafat já foram, se não estariam incluídos na lista.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Negador do holocausto pega 5 anos

Um tribunal de Viena condenou hoje a cinco anos de prisão o austríaco Gerd Honsik, que nega que tenha existido o Holocausto nazista e havia sido detido em agosto de 2007 na Espanha.

O júri considerou de forma unânime que o acusado era culpado do delito de negação do genocídio judeu durante a Segunda Guerra Mundial e de questionar a existência das câmaras de gás, um fato constitutivo de delito na Áustria, informou a rádio pública local "ORF".

O austríaco já havia sido condenado por acusações similares em 1992, mas conseguiu escapar da justiça e se radicar na Espanha, onde o delito pelo qual era perseguido na Áustria não existia.

Após ter sido expedida uma ordem de captura internacional, ele acabou detido em 23 agosto de 2007 na Espanha e extraditado à Áustria.

"É um dos líderes ideológicos da cena neonazista", assegurou o promotor Stefan Apostol.A Áustria fez parte do III Reich entre 1938-45 e vários líderes nazistas, incluindo o próprio Adolf Hitler, eram austríacos. (Do site US)

Comentários: Quando é que nossos dignissimos fazedores de lei implantarão esta no Brasil.
Temos os mesmos direitos dos negros. Quem nos ataca são os mesmos.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Holocausto - Para quem duvida


Para quem ainda duvida que houve o holocausto - Clique na imagem


terça-feira, 28 de abril de 2009

Mensagem em Auschwitz



Varsóvia, 28 abr (EFE).- Operários que faziam reformas perto do campo de concentração nazista de Auschwitz, no sul da Polônia, encontraram uma garrafa com uma mensagem escrita por prisioneiros, em setembro de 1944, onde estão identidades e o local de nascimento de vários deles.
"Os trabalhadores demoliram um muro do porão de uma escola próxima ao que foi o campo de concentração, quando encontraram uma garrafa", explicaram hoje à Agência Efe membros a direção do museu de Auschwitz.

"Acreditamos que eles arrancaram um pedaço de um saco de cimento para utilizar como papel e escrever a mensagem", completaram.

O colégio onde foi feita a descoberta está em uma área que fez parte das instalações do campo há mais de 65 anos, um centro de matança onde se estima que mais de um milhão de pessoas foram assassinadas, em sua maioria judeus.

Na nota, escrita por jovens prisioneiros com idades entre 18 e os 20 anos, se detalha a identidade de oito deles, sete poloneses e um francês, o número de identificação dado pelas autoridades nazistas e o local de nascimento.

O museu confirma que a garrafa e sua mensagem serão expostas no centro de visitação como parte do legado de Auschwitz, o campo de concentração mais letal do Nazismo.

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