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terça-feira, 30 de junho de 2009

Mais uma mentira




Existe na mídia uma versão mentirosa sobre uma tal confissão do Gal. Moshe Dayan a respeito do roubo de terras palestinas. Para que os mentirosos não vençam de novo, colocamos a verdade para que leiam. Os apoiadores de terroristas e bandidos não descansam na sua vontade de denegrir os judeus. Mas este e outros blogs de defesa sempre farão o seu papel básico. Defender judeus de pessoas desprovidas de moral.


Uma das formas mais comuns de ataque na guerra acadêmica e da mídia contra Israel é a distorção, citação fora de contexto ou invenção deliberada de frases atribuídas a líderes sionistas célebres. Uma das mais comuns é atribuída ao Moshe Dayan, traduzida para o português abaixo:

"Foram construídas aldeias judias no lugar de aldeias árabes. Você talvez nem mesmo saiba os nomes destas aldeias árabes, e eu não os culpo porque livros de geografia já não existem, não só os livros não existem, as aldeias árabes não estão lá. Nahlal surgiu no lugar de Mahlul; Kibutz Gvat no lugar de Jibata; Kibutz Sarid no lugar de Huneifis; e Kefar Yehushu'a no lugar de Tal al-Shuman. Não há nenhum único lugar onde se estabeleceu este país que não teve uma população árabe anterior."

Moshe Dayan, Ha'aretz, 4 de abril de 1969.

As citações dessa frase costumam deixar implícita ou explícita a idéia de uma confissão, de que o chefe de estado estava admitindo que aldeias árabes foram deliberadamente destruídas para o estabelecimento de cidades judaicas. Poucas deixam claro a origem ou o contexto original.

Na verdade o Ha'aretz transcreveu em 4 de abril de 1969 trechos de um discurso feito por ele em 19 de março de 1969 em uma palestra aos alunos do Technion, o Instituto de Tecnologia de Haifa. A citação distorcida foi a resposta à pergunta de um aluno questionando o porquê do governo israelense não adotar uma política de extradição para os palestinos que cometiam crimes na Cisjordânia. Moshe Dayan considerou uma idéia inaceitável, e o cerne da citação é o reconhecimento da convivência pacífica. A citação real conforme transcrita pelo Ha'aretz e traduzida é:

"Nós viemos para uma região que era habitada por árabes e construímos um estado judaico. Em muitos lugares nós compramos terras de árabes e construímos vilas judaicas onde um dia houve vilas árabes. Vocês [dirigindo-se aos estudantes] nem mesmo sabem os nomes [das vilas árabes existentes anteriormente], e eu não o culpo, porque aqueles livros de geografia não existem mais. Não apenas os livros, mas as vilas não existem..."

Ou seja, a intenção real da frase foi demonstrar como não era necessário usar de uma política extrema e injusta para estabelecer uma convivência, pois era possível estabelecer-se de forma pacífica. O mais importante, que é o ponto central excluído da frase, o fato de que em muitos lugares as terras foram compradas.
Considerando a edição extrema que existe entre a transcrição real e a versão divulgada por muitos, resta a dúvida de qual a fonte e qual o objetivo da distorção. Rastrear uma distorção até a fonte da fraude costuma ser bem mais difícil pois nunca se sabe quando alguém está agindo por ignorância ou má-fé. No caso dessa citação, a versão alterada foi criada pelo historiador palestino Walid Khalidi, aparecendo pela primeira vez na introdução do livro "All That Remains: The Palestinian Villages Occupied and Depopulated by Israel in 1948", p. XXXI.

Walid Khalidi acrescentou os nomes de algums cidades, pois o livro trata exatamente das vilas árabes que existiam e foram destruídas ou evacuadas durante a guerra, e acrescentar a frase na introdução na forma de confissão acrescenta alguma credibilidade ao argumento de que a destruição foi deliberada. No entanto as menções não resistem a um exame mais atento.

Na sua edição da frase Khalidi afirma que "Nahlal surgiu no lugar de Mahlul". Nahlal, foi em 1921 o primeiro "moshav" estabelecido em Israel, uma comunidade agrícola semelhante aos kibutzim, mas sem o mesmo ideal coletivista. A comunidade foi estabelecida em terras compradas pelo Fundo Nacional Judaico do governo Otomano e não tinha uma população árabe nativa. Dizer que "surgiu no lugar de Mahlul" comprova a má-fé, contando com a ignorância do leitor, pois "mahlul" era um termo usado pela lei otomana para referir-se à terras férteis que eram transferidas para cultivo a arrendatários ou locatários, mas se improdutivas por mais de três anos, a propriedade era retornada ao Estado caso não reclamadas pelo arrendatário original com um pagamento.

Depois Khalidi afirma que o "Kibutz Gvat surgiu no lugar de Jibata". Esta foi uma das vilas do Vale de Jezreel cujas terras foram compradas da família Sursock pelo Fundo Nacional Judaico em 1924, e o kibutz estabelecido em 1926 na vila então abandonada pelos habitantes originais. O mesmo vale para Kefar Yehushua, que afirma ter surgido no lugar de Tal al-Shuman. A questão da compra de terras, principalmente aquelas envolvendo grandes aristocratas como a família Sursock é muito importante para compreender as origens do conflito, e será tratada aqui no futuro.
Finalmente, ele afirma que o "Kibutz Sarid no lugar de Huneifis", mas Sarid foi estabelecido em 1926 em uma área deserta desde o Império Romano, e que teve uma tentativa de colonização fracassada, por cristãos alemães em 1883, que sofreram com doenças como tifo e malária e abandonaram o local.

Concluindo, a citação distorcida não conserva qualquer parte do sentido original, de que a convivência pacífica era possível e que muitas vilas judaicas foram estabelecidas pela compra de terras. Pelo contrário, ela inverte completamente o sentido e as adições feitas para reforçar a idéia falsa não têm fundamento.

Comentário Politica Geral : Pois é João Braziliano*, não é com mentiras e criando histórias que vai resolver o problema palestino. O mal sempre perde, pode demorar, mas perde. Invente histórias sobre os árabes, as dos judeus nós conhecemos muito bem.

João Braziliano - Leitor e comentárista do Blog Diário do Oriente Médio do Gustavo Chacra - O Estado de São Paulo
Fonte: Blog Israel Mitos e Fatos



“Já estou muito cansada de ouvir alegações de que os judeus ‘roubaram’ a terra dos árabes na Palestina. A verdade dos fatos é bem diferente. Muito dinheiro de boa procedência foi dado em pagamento pela terra e a realidade é que muitos árabes ficaram riquíssimos. Naturalmente houve outras organizações [além do Jewish National Fund (JNF) – “Fundo Nacional Judaico”] e inúmeros indivíduos que também compraram extensões de terra. Entretanto, no ano de 1947, só o JNF – com o dinheiro arrecadado em milhões das famosas ‘caixas azuis’ que se enchiam – já havia comprado mais da metade de todas as propriedades rurais judaicas naquele país. Portanto, acabem ao menos com essa calúnia”.
– Golda Meir, no livro My Life

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