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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mulher de candidato iraniano quer processar o falastrão


Zahra Rahnavard, a mulher do candidato pró-reformista Mir Hussein Mousavi, anunciou neste domingo que entrará com ações legais contra o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, se ele não retira as acusações contra ela em um prazo de 24 horas.


Em entrevista coletiva, incomuns no Irã, ela disse que Ahmadinejad insultou "todo o povo do Irã e as mulheres", ao acusá-la na televisão de falsificar seus títulos universitários.


"Fui obrigada a estar hoje aqui pelos insultos que recebi. Não vim só me defender, mas ao povo iraniano e a todas as mulheres que também foram insultados. Foram enganados", afirmou.


"O cargo de presidente é muito importante, é o número dois depois do líder supremo. Não é possível que alguém nesta posição possa mentir tanto", acrescentou Rahnavard que se transformou na estrela da campanha eleitoral iraniana.


Protagonista incomum em um jogo eleitoral que sempre foi coisa de homens no Irã, a mulher de Mousavi quebrou parâmetros e conseguiu mobilizar as mulheres com sua decisão de se envolver na campanha eleitoral e subir no palanque com o marido, o principal adversário do líder iraniano.



Formada em Artes e em Política, artista e professora, ela se transformou em um modelo a ser seguido pelas milhares de mulheres que lutam pelas liberdades e pelos direitos femininos em um país que discrimina a mulher.


Na última quarta-feira (3), Ahmadinejad --que busca a reeleição-- fez uma acusação direta contra Rahnavard, o que gerou grande polêmica.


O líder, que parece na defensiva, também acusou os ex- presidentes Ali Akbar Hashemi Rafsanjani e Mohamad Khatami de corrupção e de complô com Mousavi para acabar com as conquistas de seu gabinete.


Alguns juristas pediram a desqualificação de Ahmadinejad, ao considerar que suas palavras --igualmente censuradas, mas de forma velada, pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei-- poderiam atentar contra os princípios da Constituição.


"Naquele dia, senti pena, porque vi que o presidente não conhecia a lei e tinha ultrapassado seus limites. As leis dizem que uma pessoa não pode acusar outra em público sem provas", disse Rahnavard à imprensa.


"Falei com um advogado e, caso Ahmadinejad não peça desculpas ao povo iraniano, a mim e a Mousavi, e a mim mesma separadamente, o denunciarei", completou.


Mais de 46 milhões de iranianos foram convocados às urnas em 12 de junho para escolher o décimo governo desde a vitória, há 30 anos, da Revolução islâmica.


Pletz

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