Bobo como uma raposa
Distorcendo a Terminologia
A manipulação das notícias pela mídia alterou efetivamente a opinião pública mundial. Um exemplo gritante desse fato é o uso comum do termo Margem Ocidental no rádio, na televisão e nos jornais. Os repórteres usam esse termo corriqueiramente para descrever a área conhecida na Bíblia como Judéia e Samaria.
Entretanto, se examinarmos essa expressão mais detidamente, vamos entender melhor qual é a intenção dos jornalistas ao utilizá-la. Durante uma de minhas primeiras visitas à Secretaria de Imprensa do Governo, perguntaram ao então diretor Morty Dolinsky sobre a Margem Ocidental (West Bank) e sua localização exata. Com seu jeito bem-humorado, Dolinsky disse que o país tem muitos bancos, como o Bank of Israel; mas ele não conhecia nenhum West Bank (Margem Ocidental) Assim, ele encerrou a discussão.
Clique no mapa para ampliá-lo |
Quando a mídia usa a expressão Margem Ocidental, ela está se referindo à região situada a oeste do rio Jordão e que é o ponto nevrálgico das negociações de paz intermitentes entre israelenses e palestinos. Essa é a parte de Israel onde estão assentados os colonos judeus que acreditam estar vivendo na terra de seus ancestrais. Quando as pessoas usam o termo Margem Ocidental, estão fazendo uma declaração política. Falando em Margem Ocidental dá-se a entender que ela não faz parte de Israel, mas da Jordânia, a nação que ocupou a área biblicamente conhecida como Judéia e Samaria até junho de 1967.
O uso da expressão Margem Ocidental é apenas uma das formas através das quais a mídia manipula a opinião pública mundial. Muitas vezes, ouve-se falar que os israelenses estão vivendo nos "territórios ocupados". Essa declaração dá a impressão de que os judeus decidiram usurpar um pedaço de terra das mãos de seus proprietários legais.
As áreas em questão são constituídas pela Faixa de Gaza, pela Judéia e Samaria, pelas Colinas de Golan e pela Cidade Velha de Jerusalém. Para árabes e palestinos, essas quatro regiões são o pomo da discórdia na luta por seus "direitos" ao território controlado por Israel.
Entretanto, essas regiões geográficas não foram tomadas por "forças de ocupação". O que aconteceu foi isto: Israel estava sob ataque em três frentes – norte, leste e sul – em junho de 1967. Para defender seu povo e assegurar a proteção de suas famílias, o Exército de Defesa de Israel (EDI), numa ação defensiva, repeliu os invasores que haviam chegado aos centros populacionais de Israel.
Na verdade, o EDI estabeleceu zonas-tampão entre o Estado judeu e seus inimigos. As três nações agressoras foram a Síria ao norte, a Jordânia a leste e o Egito ao sul. Lutando por sua sobrevivência, Israel empurrou a Síria de volta a Damasco e tomou as Colinas de Golan para serem a zona-tampão do norte. No leste, o exército jordaniano foi repelido até Amã, e Israel estabeleceu a região da Judéia e Samaria (que alguns chamam de Margem Ocidental ou Cisjordânia) como zona-tampão. Os egípcios foram forçados a recuar para o sul, em direção ao Cairo, e o EDI separou a Faixa de Gaza e o deserto do Sinai como zona-tampão.
Há muitos anos, os israelenses fizeram um acordo com o Egito para entregar o deserto do Sinai, retendo, porém, a Faixa de Gaza. Como resultado dos Acordos de Oslo, assinados em 1993, os israelenses outorgaram aos palestinos responsabilidades administrativas na Faixa de Gaza.
Dizer que Israel está "ocupando" essas áreas é incorreto. O mundo entende a palavra ocupando como uma ação ofensiva em que uma força armada toma o território de uma parte inocente com propósitos sinistros. A verdade é que, nessas áreas, Israel só esteve envolvido em operações militares defensivas.
Alguém disse, certa vez, que se você repetir muito uma mentira, não só vai começar a acreditar nela como as pessoas ao redor também vão achar que ela é a verdade. Foi isso que aconteceu com a questão de Israel "ocupar os territórios palestinos". Os palestinos alegam que Israel ocupou sua terra, e a mídia mundial mostra que abraçou a causa deles através da forma como noticia os eventos que estão ocorrendo no Oriente Médio.
Embora não mintam abertamente, muitos jornalistas contam só a metade da história quando se trata de questões importantes. Um bom exemplo da ocultação de certos fatos e contextos numa matéria é o problema do Estado palestino. Os líderes palestinos afirmam que têm o direito de ter de volta o seu Estado que, segundo eles, foi tomado por Israel. A terra em questão inclui a Cisjordânia e Jerusalém (pelo menos a Cidade Velha), que eles desejam que seja a capital de um Estado chamado Palestina.
A verdade é que nunca houve um Estado chamado Palestina, com um governo palestino. Antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, a Cidade Velha de Jerusalém e o território a leste, na direção do rio Jordão, estavam sob a soberania da Jordânia. Os palestinos que viviam nessas áreas tinham passaporte jordaniano e eram súditos do falecido rei Hussein.
Antes dos jordanianos assumirem o controle daquela região, ela estava sob administração britânica, desde 1917. Em dezembro de 1917, o general Edmund Allenby, do Império Britânico, aceitou a rendição de toda a área da Margem Ocidental, incluindo a cidade de Jerusalém, que estivera sob o controle do Império Turco-Otomano por mais de quatrocentos anos.
Conhecer a verdade é algo que ajuda um estudioso dos tempos e das profecias da Palavra de Deus a entender melhor o que está realmente acontecendo em nossos dias. Um dos motivos dessas meias-verdades causarem tanto impacto no mundo de hoje é, certamente, o trabalho tendencioso dos jornalistas que fazem a cobertura dos eventos contemporâneos em Israel.
Lutando por sua sobrevivência, Israel empurrou a Síria de volta a Damasco e tomou as Colinas de Golan para serem a zona-tampão do norte. Na foto: uma rua em Damasco.
|
"Bobo Como Uma Raposa"
No entanto, os noticiários não são os únicos culpados pela campanha de propaganda deflagrada no Oriente Médio. Yasser Arafat, que muitos acreditam ser o "vovô" do terrorismo atual, não foi um líder "bobinho" de seu povo. Ele é tão bobo quanto uma raposa. Arafat esteve em evidência no cenário mundial há anos, defendendo sua causa com grande sucesso.
Ele foi conhecido por usar meias-verdades e até mentiras deslavadas para promover sua causa. Organizações como o Palestinian Media Watch (Observatório da Mídia Palestina) provaram que o líder da Organização Pela Libertação da Palestina dizia uma coisa em árabe ao povo palestino e outra ao resto do mundo.
O que Arafat dizia ao "povo palestino" às vezes incita essas pessoas a agirem de uma forma que se ajusta perfeitamente ao esquema de seu plano geral para o estabelecimento de um Estado palestino com capital em Jerusalém.
Por outro lado, Arafat era mestre em manipular a mídia e os líderes mundiais para que se juntassem a ele na luta contra o "perverso governo israelense". Posso testemunhar pessoalmente sua habilidade para manobrar a imprensa. Certa vez, estive com Arafat em seu palácio, em Jericó, e vi como ele usou o rei Hussein da Jordânia, que havia comparecido à entrevista coletiva organizada por Arafat, para ajudá-lo a lidar com jornalistas veteranos, inclusive um repórter da CNN.
Quando perguntei ao meu amigo Morty Dolinsky, muitos anos atrás, por que os israelenses não conseguiam se relacionar melhor com a mídia, ele respondeu que as relações públicas de Israel não se preocupavam com o Ocidente, ou mesmo com a imprensa mundial. Dolinsky afirmou que toda a propaganda de Israel e os comunicados à imprensa precisavam ter em mente o Oriente Médio, porque os vizinhos de Israel tinham de estar cientes dos riscos potenciais que estariam assumindo se resolvessem atacar aquele país. Entretanto, essa filosofia não ajudou Israel a contar sua história para o mundo ocidental.
À medida que as tensões na região aumentam, torna-se ainda mais crítico que as pessoas conheçam a tendenciosidade das fontes de informação que lhes transmitem notícias sobre os acontecimentos do Oriente Médio. Além disso, é importante ter uma visão de mundo baseada na compreensão do cenário profético dos últimos dias, conforme apresentado na Palavra de Deus.
Imprima este post
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário