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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Bobo como uma raposa

Distorcendo a Terminologia


A manipulação das notícias pela mídia alterou efetivamente a opinião pública mundial. Um exemplo gritante desse fato é o uso comum do termo Margem Ocidental no rádio, na televisão e nos jornais. Os repórteres usam esse termo corriqueiramente para descrever a área conhecida na Bíblia como Judéia e Samaria.

Entretanto, se examinarmos essa expressão mais detidamente, vamos entender melhor qual é a intenção dos jornalistas ao utilizá-la. Durante uma de minhas primeiras visitas à Secretaria de Imprensa do Governo, perguntaram ao então diretor Morty Dolinsky sobre a Margem Ocidental (West Bank) e sua localização exata. Com seu jeito bem-humorado, Dolinsky disse que o país tem muitos bancos, como o Bank of Israel; mas ele não conhecia nenhum West Bank (Margem Ocidental) Assim, ele encerrou a discussão.

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Quando a mídia usa a expressão Margem Ocidental, ela está se referindo à região situada a oeste do rio Jordão e que é o ponto nevrálgico das negociações de paz intermitentes entre israelenses e palestinos. Essa é a parte de Israel onde estão assentados os colonos judeus que acreditam estar vivendo na terra de seus ancestrais. Quando as pessoas usam o termo Margem Ocidental, estão fazendo uma declaração política. Falando em Margem Ocidental dá-se a entender que ela não faz parte de Israel, mas da Jordânia, a nação que ocupou a área biblicamente conhecida como Judéia e Samaria até junho de 1967.

O uso da expressão Margem Ocidental é apenas uma das formas através das quais a mídia manipula a opinião pública mundial. Muitas vezes, ouve-se falar que os israelenses estão vivendo nos "territórios ocupados". Essa declaração dá a impressão de que os judeus decidiram usurpar um pedaço de terra das mãos de seus proprietários legais.

As áreas em questão são constituídas pela Faixa de Gaza, pela Judéia e Samaria, pelas Colinas de Golan e pela Cidade Velha de Jerusalém. Para árabes e palestinos, essas quatro regiões são o pomo da discórdia na luta por seus "direitos" ao território controlado por Israel.

Entretanto, essas regiões geográficas não foram tomadas por "forças de ocupação". O que aconteceu foi isto: Israel estava sob ataque em três frentes – norte, leste e sul – em junho de 1967. Para defender seu povo e assegurar a proteção de suas famílias, o Exército de Defesa de Israel (EDI), numa ação defensiva, repeliu os invasores que haviam chegado aos centros populacionais de Israel.

Na verdade, o EDI estabeleceu zonas-tampão entre o Estado judeu e seus inimigos. As três nações agressoras foram a Síria ao norte, a Jordânia a leste e o Egito ao sul. Lutando por sua sobrevivência, Israel empurrou a Síria de volta a Damasco e tomou as Colinas de Golan para serem a zona-tampão do norte. No leste, o exército jordaniano foi repelido até Amã, e Israel estabeleceu a região da Judéia e Samaria (que alguns chamam de Margem Ocidental ou Cisjordânia) como zona-tampão. Os egípcios foram forçados a recuar para o sul, em direção ao Cairo, e o EDI separou a Faixa de Gaza e o deserto do Sinai como zona-tampão.

Há muitos anos, os israelenses fizeram um acordo com o Egito para entregar o deserto do Sinai, retendo, porém, a Faixa de Gaza. Como resultado dos Acordos de Oslo, assinados em 1993, os israelenses outorgaram aos palestinos responsabilidades administrativas na Faixa de Gaza.

Dizer que Israel está "ocupando" essas áreas é incorreto. O mundo entende a palavra ocupando como uma ação ofensiva em que uma força armada toma o território de uma parte inocente com propósitos sinistros. A verdade é que, nessas áreas, Israel só esteve envolvido em operações militares defensivas.

Alguém disse, certa vez, que se você repetir muito uma mentira, não só vai começar a acreditar nela como as pessoas ao redor também vão achar que ela é a verdade. Foi isso que aconteceu com a questão de Israel "ocupar os territórios palestinos". Os palestinos alegam que Israel ocupou sua terra, e a mídia mundial mostra que abraçou a causa deles através da forma como noticia os eventos que estão ocorrendo no Oriente Médio.

Embora não mintam abertamente, muitos jornalistas contam só a metade da história quando se trata de questões importantes. Um bom exemplo da ocultação de certos fatos e contextos numa matéria é o problema do Estado palestino. Os líderes palestinos afirmam que têm o direito de ter de volta o seu Estado que, segundo eles, foi tomado por Israel. A terra em questão inclui a Cisjordânia e Jerusalém (pelo menos a Cidade Velha), que eles desejam que seja a capital de um Estado chamado Palestina.

A verdade é que nunca houve um Estado chamado Palestina, com um governo palestino. Antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, a Cidade Velha de Jerusalém e o território a leste, na direção do rio Jordão, estavam sob a soberania da Jordânia. Os palestinos que viviam nessas áreas tinham passaporte jordaniano e eram súditos do falecido rei Hussein.

Antes dos jordanianos assumirem o controle daquela região, ela estava sob administração britânica, desde 1917. Em dezembro de 1917, o general Edmund Allenby, do Império Britânico, aceitou a rendição de toda a área da Margem Ocidental, incluindo a cidade de Jerusalém, que estivera sob o controle do Império Turco-Otomano por mais de quatrocentos anos.

Conhecer a verdade é algo que ajuda um estudioso dos tempos e das profecias da Palavra de Deus a entender melhor o que está realmente acontecendo em nossos dias. Um dos motivos dessas meias-verdades causarem tanto impacto no mundo de hoje é, certamente, o trabalho tendencioso dos jornalistas que fazem a cobertura dos eventos contemporâneos em Israel.

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Lutando por sua sobrevivência, Israel empurrou a Síria de volta a Damasco e tomou as Colinas de Golan para serem a zona-tampão do norte. Na foto: uma rua em Damasco.

"Bobo Como Uma Raposa"


No entanto, os noticiários não são os únicos culpados pela campanha de propaganda deflagrada no Oriente Médio. Yasser Arafat, que muitos acreditam ser o "vovô" do terrorismo atual, não foi um líder "bobinho" de seu povo. Ele é tão bobo quanto uma raposa. Arafat esteve em evidência no cenário mundial há anos, defendendo sua causa com grande sucesso.

Ele foi conhecido por usar meias-verdades e até mentiras deslavadas para promover sua causa. Organizações como o Palestinian Media Watch (Observatório da Mídia Palestina) provaram que o líder da Organização Pela Libertação da Palestina dizia uma coisa em árabe ao povo palestino e outra ao resto do mundo.

O que Arafat dizia ao "povo palestino" às vezes incita essas pessoas a agirem de uma forma que se ajusta perfeitamente ao esquema de seu plano geral para o estabelecimento de um Estado palestino com capital em Jerusalém.

Por outro lado, Arafat era mestre em manipular a mídia e os líderes mundiais para que se juntassem a ele na luta contra o "perverso governo israelense". Posso testemunhar pessoalmente sua habilidade para manobrar a imprensa. Certa vez, estive com Arafat em seu palácio, em Jericó, e vi como ele usou o rei Hussein da Jordânia, que havia comparecido à entrevista coletiva organizada por Arafat, para ajudá-lo a lidar com jornalistas veteranos, inclusive um repórter da CNN.

Quando perguntei ao meu amigo Morty Dolinsky, muitos anos atrás, por que os israelenses não conseguiam se relacionar melhor com a mídia, ele respondeu que as relações públicas de Israel não se preocupavam com o Ocidente, ou mesmo com a imprensa mundial. Dolinsky afirmou que toda a propaganda de Israel e os comunicados à imprensa precisavam ter em mente o Oriente Médio, porque os vizinhos de Israel tinham de estar cientes dos riscos potenciais que estariam assumindo se resolvessem atacar aquele país. Entretanto, essa filosofia não ajudou Israel a contar sua história para o mundo ocidental.

À medida que as tensões na região aumentam, torna-se ainda mais crítico que as pessoas conheçam a tendenciosidade das fontes de informação que lhes transmitem notícias sobre os acontecimentos do Oriente Médio. Além disso, é importante ter uma visão de mundo baseada na compreensão do cenário profético dos últimos dias, conforme apresentado na Palavra de Deus.

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