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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fatwas - As ordens árabes

Como vivo em Israel, em meio à maléfica efervescência do fundamentalismo muçulmano, não resisti à tentação de traduzir e trazer aos leitores um artigo do jornalista inglês Geoff D. Porter, sobre como até o futebol está sendo contaminado pela fúria do fanatismo islâmico. O artigo, cujo título original é ‘D-us é a regra’, foi publicado no jornal International Herald Tribune, em 17 de outubro de 2005”. David Tabacof

“Fatwas, a opinião legal proclamada por estudiosos islâmicos, têm proliferado muito no mundo muçulmano, a partir dos anos 80, graças ao aumento da alfabetização e do uso da internet. O aumento do número de fatwas, algumas bastante contraditórias e que levou a um debate sobre quem tem autoridade legítima para publicá-las, está alarmando alguns governos no Oriente Médio, já que estes decretos às vezes desafiam ou contradizem interpretações do Islã sancionadas pelo Estado. Criticar fatwas que tocam em assuntos controvertidos como o direito de matar infiéis pode ser perigoso para funcionários públicos de países muçulmanos. Assim, o governo da Arábia Saudita está tentando uma tática diferente com respeito àquilo que chama de “fatwas prejudiciais”. O objetivo é estabelecer duras regras para impedir abusos e tentar definir quem pode, ou não pode, emitir estas “opiniões legais”. Recentemente o jornal semi-oficial saudita El Watan publicou a história de um jovem atleta árabe que incorporou-se à Jihad no Iraque sob a influência de uma fatwa proibindo os jogadores de futebol de praticar o esporte obedecendo às regras internacionais. O jornal também republicou a fatwa que copiou de um website islâmico. Abaixo, partes da fatwa que traduzi. (Geoff Porter – DT2).

Em nome de D-us, o misericordioso e benevolente:
1. Não respeite as 4 linhas que limitam o campo, porque estas são regras internacionais inventadas por hereges.

2. Hereges e politeístas como gol, falta, pênalti, escanteio, devem ser abandonados e não usados. Quem os usar deve ser punido, suspenso e expulso de campo. Deve se dizer ao “infrator”: você imitou os hereges e politeístas e isto é proibido.

3. Não grite “falta” e pare o jogo se alguém cair com dores na mão ou no pé ou se a bola tocar na mão, e não produza cartão amarelo ou vermelho para quem seja o responsável por tais “faltas”. Em vez disto, julgue-o de acordo com as leis da Shaharia (leis muçulmanas).

4. Não siga os hereges, os judeus, os cristãos e, especialmente, os diabólicos americanos no que diz respeito ao número de jogadores. Ponha ou retire quantos jogadores quiser.

5. Jogue em suas roupas normais, pijamas ou algo parecido. Nada de camisetas coloridas e numeradas porque não são roupas dignas de um muçulmano. Estes uniformes são para hereges e ocidentais e você deve tomar cuidado em não imitá-los.

6. Se você cumpriu estas instruções e pretende jogar futebol, force o jogo com o corpo a fim de prepará-lo para quando for chamado pela Jihad Islâmica. Futebol não é um passatempo para ser jogado pela chamada emoção da “vitória”.

7. Não marque o tempo de jogo para 45 minutos (cada metade - DT) porque esta é a regra dos judeus, cristãos e todos os países hereges e ateus. Este tempo de jogo foi criado a fim de desviá-lo do passo dos justos.

8. Não jogue em dois meios tempos. Jogue em um ou três tempos a fim de diferenciá-lo da maneira como jogam os hereges, os politeístas, os corruptos e desobedientes.

9. Se nenhum time consegue vencer o outro, ou é “vitorioso” como dizem os hereges, ou se ninguém consegue colocar o pedaço de couro (deve ser a bola - DT) entre os postes, não acrescente tempo ou pênaltis até algum time ganhar. Não. Em vez disso, deixe o campo, já que vencer na prorrogação ou em pênaltis é o máximo em imitação dos hereges.

10. Quando você joga futebol, não aponte alguém para seguir o jogo, os chamados “juízes”; não há necessidade, já que você abandonou as tais regras internacionais de “faltas”, “pênaltis”, ”escanteio” etc. A sua presença (do juiz) seria uma imitação dos hereges judeus e cristãos e estaria seguindo as regras internacionais.

11. Não permita que grupos de jovens vão vê-lo jogar. Afinal, você está ali pelo esporte e pelo fortalecimento do corpo. Para que serve gente lhe olhando? Sua obrigação é fazê-los se juntar a você a fim de treinar o corpo para a Jihad. Você deve dizer: “Vão fazer proselitismo e procurar atos imorais nos mercados e nos deixem em paz com os nossos exercícios físicos”.

12. Quando você acabar de jogar, não fale e diga: “nós fomos melhores que os oponentes ou fulano jogou bem”. Em vez disso preocupe-se com sua força, seu estado físico, seus músculos e diga: “nós jogamos somente para treinar corrida, atacando e recuando a fim de nos prepararmos para a Jihad em nome de D-us, o grande”.

13. Você deve cuspir no rosto daqueles que quando colocam a bola no gol saem correndo para ser abraçado pelos companheiros como os jogadores na América ou na França. Você deve castigá-los e dar-lhes uma reprimenda porque qual é a relação entre celebrar, abraçar e beijar e o esporte sagrado que você está praticando?
Estas são algumas das condições e preceitos a fim de que os jovens não imitem, inadvertidamente, os hereges politeístas quando jogam futebol. O inferno espera os que morrem jogando futebol de acordo com as regras dos países hereges na liderança dos quais está a América“.
Olha aí, Ronaldinho Gaúcho, estas são as novas regras. (DT).

1. Fatwa ou fátua é a opinião legal ou ordenança dita em público ou publicada por um líder religiosos islâmico.

2. DT – David Tabacof

Texto gentilmente cedido pela Revista Shalom (www.comshalom.com.br), nº 393, traduzido por David Tabacof, de artigo publicado no International Herald Tribune (versão européia do New York Times) em 17/10/05.

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