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terça-feira, 28 de abril de 2009

Restam 2 Judeus no Afeganistão

A comunidade judaica do Afeganistão um dia foi imponente, com cerca de 40 mil pessoas, negócios efervescentes e um desenho estilizado da Torá. Mas a população diminuiu no século passado, tendo presenciado nas últimas décadas a invasão soviética, uma guerra civil e a ascensão ao poder do movimento radical islâmico Taliban. Agora, até onde se sabe, a comunidade foi reduzida a apenas dois homens e, para piorar, o único rola da Torá que eles tinham foi confiscado.
Os dois últimos judeus do Afeganistão - Ishaq Levin e Zebulon Simentov - vivem em partes separadas da mesma sinagoga decadente na capital Cabul e estão brigados, cada um dos quais alegando ser o dono de direito da sinagoga e do que restou de seus bens.
Ambos relutam em comentar o relacionamento deles com o Taliban ou a dizer o que acham de uma recente ordem emitida pela milícia, mas ainda não implementada, pedindo aos hindus que usem um tecido amarelo em seus bolsos para se diferenciarem dos muçulmanos. A determinação não foi aplicada a outras religiões e tem como objetivo, segundo o Taliban, isentar os hindus das rígidas regras impostas pela polícia religiosa.
Mas houve dura condenação internacional. Simentov diz que nenhuma ordem é capaz de abalar sua fé. "Mesmo se tentarem me matar, eu continuarei sendo judeu", diz ele.
Após a criação de Israel, em 1948, a maior parte dos cinco mil judeus que ainda viviam no Afeganistão emigraram para lá, mas Levin ficou. Ele era o shamash (zelador) da sinagoga antes dos soviéticos invadirem o Afeganistão, em 1979, quando a maioria dos judeus restantes partiu. Levin anda de bicicleta por Cabul e é conhecido por seus amistosos vizinhos muçulmanos como mulá ou rabino, apesar de não ser um.
Apesar da dura modalidade do islã imposta aos muçulmanos, o Taliban permite às minorias religiosas - os sikhs, hindus e judeus restantes - que pratiquem a fé quase abertamente. Tanto Levin quanto Simentov já foram presos anteriormente por acusações de um contra o outro por supostamente violarem as leis religiosas.
Há dois anos a Torá da sinagoga foi confiscada. Não ficou claro o motivo e nem quem fez isso. Policiais e funcionários do Ministério do Interior não quiseram comentar o assunto.

Revista Judaica

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