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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Antissemitismo no Orkut

Para quem não sabe, o Orkut é um sistema de relacionamento entre pessoas com a única finalidade de obter um grande banco de dados de perfil de consumidor para ser vendido para empresas interessadas - venda apenas dos perfis tabulados e não dos nomes das pessoas. O mundo inteiro não entrou muito nessa onda e mais de 60% de todos os usuários são brasileiros. Com o Orkut, as mais diversas comunidades que se comunicavam por listas de email como YahooGroups e outras, migraram e cresceram assustadoramente. Entre elas, as comunidades anti-semitas.

No final de fevereiro, apenas em língua portuguesa-brasileira, pode-se contar cerca de 132 comunidades com estas características passando por todos os espectros do nazismo e anti-semitismo árabe, também abrindo espaço para o anti-semitismo cristão tradicional. Um exemplo é uma das principais comunidades skinhead que entre agosto de 2004 e fevereiro de 2005 cresceu mais de 1.400% em número de afiliados.

Só está no Orkut, quem está bem incluído digitalmente, pois utilizar o sistema sem ter uma conta banda-larga é insuportável. Essas 132 comunidades aglutinam cerca de 30.000 pessoas com características anti-semitas. Se fizermos uma conta, não estatisticamente correta, e cada pessoa tiver pais e um irmão, multiplicamos o número por 4 e teremos mais anti-semitas declarados que judeus no Brasil. Antes, em listas de discussão, este número mal chegava a 200 ou 300 pessoas.

Se acrescentarmos a essa conta os amigos e parentes não incluídos digitalmente o número fica assustador, mas deixo a aritmética para você. O que mais chama a atenção no Orkut é que junto com cada skinhead, junto com cada nazista, junto com cada simpatizante do Hamas, de bin Laden ou de Hitler, há sempre uma namorada. Várias moças também são declaradamente nazistas, com tatuagens, posters, livros indicados etc.

Existe ainda outro dado preocupante: são os amigos e amigas de escola destes anti-semitas, que ao verem o discurso anti-judaico, elogiam o comportamento destas pessoas e acham-nas muito legais e bacanas. Está formado aí um exército de simpatizantes ao anti-semitismo.

Esse caso "das namoradas" foi muito bem documentado pela matéria de Paulo Blank, publicada no Jornal do Brasil de 13/fev/05 (se alguém quiser o texto digital é só pedir), quando, na "segunda-feira de cinzas", ele jantava em um restaurante na Barra da Tijuca no RJ, e uma família composta por avós, pais e filho, recebiam a namorada do filho em seu meio e faziam uma doutrinação completa sobre anti-semitismo nazista, negação do Holocausto e até mesmo negação de que o livro Mein Kampf tenha sido escrito. Como as câmaras de gás, o livro também é uma invenção dos judeus, segundo a avó, a mais entusiasta. Só ali, eram cinco nazistas mais uma aspirante...

Chega a existir uma comunidade no Orkut que discute por que as "patricinhas" são simpatizantes de nazistas declarados: ainda não chegaram a nenhuma conclusão. Mas há outro detalhe. Muitas das moças encontradas em perfís de nazistas do Orkut foram acrescentadas por eles sem saber. A maioria delas pergunta "eu te conheço? como é que você me colocou como sua amiga?" e mesmo sem resposta, não sai de lá e fica encravada dentro do perfil do nazista.

Em várias listas de discussão nazistas e em perfís de comunidades anti-semitas no Orkut se encontra um apelo para que os nazistas sirvam o exército, preferencialmente o CPOR (para formação de oficiais), que estudem jornalismo e direito, que prestem concursos para delegados de polícia civil e federal. Você já entendeu que há um projeto de médio e longo prazo para essa massa de anti-semitas chegar, sem impedimento ou constrangimento, às esferas do poder judiciário, militar e policial. Isso tudo é dito abertamente com o cunho de "patriotismo" para livrar o país dos judeus.

Se você está preocupado com uma ou outra matéria ou carta que pinga num jornal aqui ou noutro ali, espero que entenda que a coisa é bem mais embaixo e que essa organização toda, que ainda incorpora várias bandas de rock nazistas tocando em baladas e festas pelo país, é oriunda daquele antigo congresso nazista que ocorreu no Chile no ano 2000.

Tudo isso acontece num país que possui legislação para coibir o anti-semitismo e sob o manto de um governo de esquerda que deveria, por definição ideológica, ter uma plataforma oficial de lutar contra o nazismo. Enquanto as listas de discussão são um método ainda muito utilizado pelas pessoas de mais de 40 anos o Orkut é a grande praia dos jovens, onde as cabeças, quase sempre vazias, estão sendo enchidas de Holocausto Judeu ou Alemão, de Mentira do Século e de Protocolos dos Sábios de Sião, de Gustavo Barroso, de Plínio Salgado.

Se fosse só o Orkut, já seria péssimo, mas há outro sistema de relacionamento pessoal no mesmo formato, só que instalado no Brasil: é o http://www.netqi.com.br onde já há várias comunidades nazistas instaladas.

Mídia Judaica Independente

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