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terça-feira, 19 de maio de 2009

Perdeu o emprego? Então leia

Salgadinhos com sabor caseiro



Passei minha infância e parte da adolescência em Brasília, onde meus pais tocavam um restaurante. Minha mãe, Maria José, sempre foi uma cozinheira de mão-cheia e seus pães caseiros eram conhecidos por despertar a gula da vizinhança. Foi graças a essa afinidade com a cozinha que conseguimos recomeçar a vida e abrir um negócio próprio na cidade de Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo. Nossa empresa de salgados nasceu da necessidade de garantir o sustento da família, depois que meu pai morreu de forma repentina, em 1989. Com meus irmãos pequenos e eu sem experiência profissional, ficou difícil manter o restaurante de Brasília. Perdemos tudo. Longe de lá, minha mãe achou que a saída para conseguir alguma renda seria oferecer salgadinhos fresquinhos em pequenos estabelecimentos. Foi assim que tudo começou. Passava o dia distribuindo folhetos em cantinas escolares e lanchonetes. A única propaganda era mesmo a minha palavra, porque eu não carregava nenhuma amostra, com medo de que os salgados se estragassem.

Apanhamos muito. A cada encomenda, virávamos a noite, e o pedido não passava de 300 unidades, o que comprovava o nosso total despreparo. As receitas eram caseiras demais, os salgados desmanchavam, não tínhamos padrão, equipamentos e método de produção. Para se ter uma ideia, perdíamos quilos de recheio por não haver geladeiras suficientes para guardá-los. Desperdiçávamos energia e tempo. Foram necessários quase três anos de trabalho informal para virarmos uma empresa de verdade, com CGC, nota fiscal e uma escala de 1.000 salgados por dia. Ganhamos fôlego e experiência.


Dispostos a crescer, quase fomos à falência ao produzir pães de queijo para supermercados. Acreditávamos que esse era o caminho para alavancar a empresa. Ao contrário, quase nos custou o negócio. Investimos boa parte de nossas economias em freezers personalizados e promotoras. Insistimos por dois anos, até que nos rendemos. É muito difícil para quem é pequeno enfrentar as regras das grandes redes. Hoje, vendemos apenas para cantinas de escolas e cafeterias, além de abastecer eventos.


O trabalho duro não permitiu que estudássemos, mas nos ajudou a construir um negócio bem-sucedido e a manter a família unida, o principal objetivo de minha mãe. Aprendemos as teorias de administração na prática e sempre procuramos dar um passo de cada vez. A empresa, que começou na cozinha de casa, virou uma indústria, com produção de 40.000 salgados fritos e assados por mês. Tudo feito sem conservantes, o que garante o gostinho de comida caseira. No ano passado, abrimos uma pequena loja de apenas 12 metros quadrados junto à fábrica para atender à demanda da própria clientela. O futuro? Crescer ainda mais, sempre com planejamento e os pés no chão.


Pequenas empresas Grandes negócios

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