Os palestinos que renegam o terrorismo são traidores?
| 24 Junho 2009
As notícias que chegam ao Brasil sobre o Oriente Médio se resumem em organizar um apanhado do que informam as agências de notícias sem aprofundar em temas mais espessos ou mesmo vinculando as notícias com o contexto histórico das quais elas correspondem. A impressão quando se lê o que se publica no Brasil sobre os conflitos na Faixa de Gaza por exemplo, é que bastaria Israel devolver os territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias que a paz reinaria absoluta na região. A mentalidade não poderia ser mais pueril.
Ainda assim, grande parte dos palestinos não viam os judeus como inimigos e passaram a vender terras e trabalhar juntos para o desenvolvimento de um estado. Por outro lado, outras correntes, lideradas por Mufti Haj Amin al-Husseini, viam os sionistas como intrusos e consideravam traidores os palestinos que vendiam suas terras ou estabeleciam negócios com os judeus. Al-Husseini acabou por declarar uma jihad contra mais da metade da população palestina. [1]
Anos se passaram entre agressões mútuas, mas ainda há hoje alguns poucos palestinos dispostos a viverem em paz ao lado dos israelenses [2]. Principalmente àqueles que sofrem com a tirania do Hamas, que, segundo o Human Rights Watch [3], desde que chegou ao poder, massacra seu próprio povo. Porém, a questão mais importante é que os grupos que governam a Palestina ainda pretendem a dissolução do Estado de Israel como pré-requisito para a instauração de um Estado Palestino. Para o Hamas e o Hezbollah, não existe a solução dos conflitos com dois estados, como pretende o plano do presidente B. Hussein Obama. Eles querem um estado único.
Assim, tenta-se resolver o conflito de forma unilateral. E ao passo que o governo israelense se propôs a retirar colonos judeus de alguns territórios ocupados em 1967, na Guerra dos Seis Dias, os grupos que governam a Palestina não retrocederam um milímetro em seus objetivos de destruir o Estado Judeu. Tampouco abandonaram o terrorismo como ação política, embora muitos acreditassem, presidente George W. Bush incluso - que com a ascensão ao poder político, o Hamas abandonaria as armas.
Mas há quem acredite, sobretudo aqui no Brasil, que o Hamas e o Hezbollah são movimentos políticos legítimos. Ignoram o fato de existir palestinos que não coadunam com o terrorismo e que, como àqueles que lutaram ao lado dos sionistas contra o extremismo de al-Husseini, são considerados traidores e sofrem perseguições.
Notas:
1 - Sobre os palestinos que historicamente contribuíram com o sionismo, leia o livro de Hillel Cohen, Army of Shadows. (http://www.amazon.com/Army-Shadows-Palestinian-Collaboration-19
2 - Are there conditions under which you could accept coexistence with Israeli Jews in peace and
Midia sem Máscara
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