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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Para Entender Israelenses X Palestinos

 

O mais frequente que eu vejo é relacionar diretamente o reconhecimento do Estado de Israel com o massacre promovido pelos nazistas, ou supor que houve uma ocupação forçada e expulsão dos nativos de suas terras.

 

Desde o fim do século XIX os imigrantes judeus habitavam em terras compradas com dinheiro angariado pelo movimento Sionista entre os judeus europeus e norte-americanos. Décadas antes da ONU surgir, já existiam na região (que pertencia à Turquia e ao Líbano) cidades, hospitais, universidades, governo provisório e várias milícias (ilegais, segundo as leis turcas da época) construídos por imigrantes judeus, sem contar o estímulo estrondoso na economia das cidades árabes existentes com o capital proveniente dos imigrantes.

 

Os árabes viam bem a imigração judaica, até 1911, quando foi fundada em Jafa uma associação antijudaica que se opunha à compra de terras pelos judeus. A associação era formada de cerca de 150 proprietários de terras turcos e o medo deles era que os judeus influenciassem politicamente as pessoas da região: a maioria dos agricultores árabes trabalhava em terras de grandes proprietários, num regime de locação, em troca de 35% a 60% da produção anual. A presença dos kibutzin, as fazendas coletivas de imigrantes judeus (que provavelmente são a mais concreta implementação dos ideiais comunistas já feita, tanto que foi copiada em alguns aspectos pela ex-URSS e pela China), onde todos trabalhavam livremente, com os lucros da produção beneficiando a todos, ameaçava o poder local desses proprietários de terras, que temiam que os felahim, os agricultores, fossem influenciados pelos judeus e se revoltassem.

 

Apesar da hostilidade que surgia entre a população contra os imigrantes judeus, em 1913 o presidente de um comitê árabe formado no Cairo para discutir a questão fez a seguinte declaração formal:

O partido decidira proteger os direitos nacionais judaicos e não adotar qualquer lei ou resolução que os limite ou confine. Compreendemos plenamente o valioso auxílio que o capital, a diligência e a inteligência dos judeus podem propiciair para o acelerado desenvolvimento de nossas áreas e por isso não devemos errar ao não aceitá-los

A maioria da população árabe, uma boa parte da qual integra hoje em dia a massa de refugiados que convencionou-se chamar de "palestinos", já que nunca houve uma Palestina, é formada de imigrantes de países vizinhos que foram para a região atrás das oportunidades oferecidas pelos imigrantes judeus e depois fugiram das guerras. A população árabe da região era de 260,000 habitantes em 1882 e chegou a 840,000 em 1931, um aumento de mais de 220% em menos de 50 anos. A população árabe das maiores cidades cresceu estrondosamente na década de 30: 87% em Haifa, 61% em Jafa, 37% em Jerusalém, fora as comunidades agrícolas fundadas e o aumento de 25% da participação de árabes na indústria. Ainda que tenham sido cometidas injustiças contra a população local nos primeiros anos da imigração judaica, os benefícios à população árabe mais do que compensam essas injustiças: Em 1920, 70% dos árabes muçulmanos da região viviam da agricultura, no regime de locação que citei anteriormente, não possuiam qualquer tipo de instalação sanitária, menos de 2% das crianças frequentavam escolas.

 

No entanto, mesmo com os benefícios óbvios e conivência dos líderes árabes, a hostilidade dos árabes nativos contra os judeus cresceu muito. Pessoalmente, eu acho que a culpa foi deles mesmos: os judeus se preocupavam mais com os europeus e americanos do que com os árabes quando explicavam o que era o movimento sionista e quais as suas intenções. Eu tenho um livro sobre a história do Sionismo e há inúmeras referências de entidades criadas em países europeus, mas nenhuma criada em um país árabe. Não havia quaisquer documentos em língua árabe explicando.

 

É impressionante a quantidade de gente que acha que a ONU decidiu "criar" Israel por causa do massacre dos judeus no holocausto, e pra isso expulsou os árabes de suas terras. E muita gente defende esse mito com unhas e dentes. Acredito que ocorra isso porque normalmente, o conhecimento histórico que a maioria das pessoas tem está limitado ao que aprendeu na escola, e esse assunto não é estudado muito a fundo. Uma vez debatendo "oficialmente" esse assunto, o outro debatedor repetiu até cansar que existia um país chamado Palestina que deixou de existir por decisão da ONU. O mais lamentável de tudo é alguém ignorante assim ter sido escolhido como debatedor.

 

Durante a segunda guerra mundial, Churchill defendia a idéia de armar os imigrantes judeus do Oriente Médio para enfrentar os árabes aliados do Eixo, em especial a Síria, pra que assim, as tropas britânicas estacionadas lá pudessem combater em outras frentes. E o cômico que tudo é que foram justamente os britânicos que proibiram os judeus de se armarem, desde que começou o Mandato Britânico. Só em 1940 que eles liberaram a Haganah e o Palmach (as principais milícias judaicas) além dos fazendeiros nos kibutzim a se armarem novamente. Muitos foram levados pelos ingleses para serem treinados na Inglaterra e nas bases inglesas no Egito.

A questão árabe-israelense só chegou na ONU em 1946, quando o conflito entre árabes e israelenses estava prestes a tomar proporções de uma guerra real, já que os israelenses clamavam por independência há vários anos, detinham o poder econômico sobre a região, já tinham um governo democrático provisório e se armaram novamente.

 

Sem os ingleses na região pra manter os ânimos controlados, uma guerra era só questão de tempo.

O argumento frequente de que os EUA foram os principais responsáveis pelo reconhecimento de Israel tem alguns pontos discutíveis. O primeiro é que o governo dos EUA não tomava uma posição clara na questão porque na época as companhias aéreas norte-americanas negociavam com vários países árabes sobre o uso do espaço aéreo em viagens internacionais. Depois, durante a Campanha do Sinai, os EUA foram totalmente contra Israel, já que se interessavam em ter participação no Canal de Suez. O apoio dos EUA só veio depois da guerra do Yom Kipur quando começaram as grandes emigrações de judeus americanos para Israel.

A comissão da ONU que decidiu a questão da Partilha não tinha participação direta dos EUA, e dentre os dois países que sofriam maior influência dos EUA, Austrália e Canadá, o primeiro absteve-se de votar. Os outros eram Guatemala, Índia, Irã, Iugoslávia, Países Baixos, Peru, Suécia, Tchecoslováquia e Uruguai. Não era um grupo totalmente imparcial, mas a Índia, Irã e Iugoslávia, por exemplo, tinham uma população muçulmana considerável.

De 47 a 48, membros da comissão fizeram as investigações na região, justamente procurando por invasões, massacres, expulsões, etc. Concluído o relatório, a comissão dividiu-se entre as duas possibilidades: Índia, Irã e Iugoslávia, defendiam a criação de um Estado árabe e judaico, os sete países restantes defendiam a partilha em dois Estados, exceto a Austrália que se absteve de votar.

 

A decisão então, foi que seriam criados dois Estados, um árabe, que compreenderia a maior parte do território, fazendo fronteira com a Síria, o Líbano e o Egito (o Deserto de Negev todo era dos árabes), e um judeu, que ficaria com o resto dos territórios. Jerusálem e Belém seriam internacionalizadas. Os Estados Unidos só entraram na questão durante a votação da partilha na Assembléia Geral, quando sugeriram que Jafa (cidade de maioria árabe, com o maior porto da região) ficasse sob controle árabe. Vale mencionar que no plano final, o Estado árabe teria uma população de 800.000 árabes e 10.000 judeus, ao passo que o Estado judeu teria uma população de 500.000 judeus e 400.000 árabes, quase metade da população. O plano foi votado e aprovado por 33 votos a 13. Tirando Cuba, todos que votaram contra eram países árabes ou asiáticos, de grande parte da população muçulmana.

Obviamente, depois da partilha ser aprovada e da ONU começar a debater como colocar o plano em prática, as hostilidades aumentaram. O maior aliado de Israel não foram os EUA (que cortaram o envio de suprimentos à Israel e rejeitaram um pedido de empréstimo) mas sim o faccionismo dos próprios árabes. Por exemplo, os mediadores da Liga Árabe compravam armas no Egito pra revender a preços exorbitantes entre as milícias da região.

 

Com o aumento das hostilidades e vendo que os israelenses tinham vantagem, a Liga Árabe, com o apoio dos britânicos passou a bloquear os acessos a cidades e kibutzin judaicos, pra forçar uma trégua. O governo provisório judaico rejeitou a trégua e declarou a independência de Israel em 14 de maio de 1948. Foi aí que os sete países árabes vizinhos atacaram Israel, na Guerra da Independência, e surgiu o problema dos refugiados palestinos.

A região que compreendia o estado judaico estava às margens do mar mediterrâneo, praticamente sem fronteiras e sem regiões estratégicas de defesa. Para atacar Israel, os sete exércitos atravessaram todo o estado árabe, e para se defender, Israel os repeliu até os principais pontos estratégicos da região. Durante essa guerra, a maioria dos habitantes fugiu, alguns para seus países de origem, outros para trás das linhas árabes. Só em 1950 que foi declarado um cessar-fogo, o Armísticio de Rodes, e uma parte dos refugiados pode retornar as suas casas, só que agora as terras estavam sob controle de Israel e eles não podiam ser incorporados à população como cidadãos israelenses, ficando na situação de refugiados de guerra.

 

Em 1956, o Egito, que já armava os Fedayim que lançavam ataques contra Tel-Aviv a partir de Gaza, invadiu Israel de novo. Com a construção do canal de Suez, eles queriam garantir hegemonia sobre o Mar Mediterrâneo. Aí que entrou em cena o atual primeiro-ministro, Ariel Sharon, que era coronel e comandava a divisão de para-quedistas que atravessou o Sinai e tomou diversos pontos estratégicos do exército egípcio. De novo, os habitantes fugiram de suas terras e quando retornaram, de novo, as terras estavam sob controle israelense, e eles ficaram como refugiados.

De novo, ficamos em paz até 1967, quando novamente o Egito invade o Negev, toma Gaza, coloca submarinos no mar vermelho e proíbe a passagem de navios israelenses. Algumas semanas depois a Jordânia se junta e ataca na Cisjordânia e a Síria ataca no norte da Galiléia, todos rompendo os acordos de paz que firmaram anteriormente. Os generais Israelenses se juntam e chegam à conclusão que o país não sobreviveria a mais uma guerra longa e formulam a estratégia que seria usada. Israel conquistou o Sinai, Jerusalém, a Cisjordânia, as Colinas de Golã e a Galiléia em seis dias. Por isso Guerra dos Seis Dias. De novo, os habitantes fugiram, e quando retornaram para suas casas, já não estavam mais sob o governo de seus países de origem. Mais refugiados de guerra. Israel firmou acordos de paz com todos os envolvidos e devolveu parte de alguns territórios.

 

Relativa paz até 1973. O presidente Sadat assume no Egito, depois da morte do Nasser e firma acordos com a Síria. De novo, A Síria ataca o norte de Israel num dos principais feriados judaicos, violando os acordos de 1967. O Egito envia tropas em navios pelo canal de Suez e ataca Israel nas margens do Mediterrâneo. A Guerra do Yom Kipur. De novo, Israel contra ataca e repele os invasores. De novo, os habitantes da região fogem e quando retornam não são mais cidadãos egípcios ou sírios, mas refugiados de guerra. De novo, Israel firma acordos de paz com todo mundo.

Como vê, há um ciclo. Israel é atacado, defende-se, toma territórios e firma acordos de paz para sua proteção. Os habitantes desses territórios não são aceitos dentro das novas fronteiras de seus países, perdem sua cidadania original e tornam-se refugiados de guerra. Ao invés de se revoltar contra seu país de origem, que iniciou os ataques, são incitados por seus líderes a se revoltar contra Israel. Israel relaxa nas precauções devido à pressões internas e internacionais, é atacado novamente numa violação dos acordos de paz e começa tudo de novo.

Outro ponto frequentemente mencionado é que Israel violou tratados e acordos de paz, mas a maioria das pessoas esquece que por acordo entende-se que ambas as partes têm obrigações a serem cumpridas. Israel violou cláusulas de diversos acordos, claro, mas na maioria dos casos, cláusulas que estavam condicionadas ao cumprimento de outras obrigações da parte dos árabes. Por exemplo, os acordos informalmente conhecidos como Acordos de Oslo, que precederam a atual intifada.

Os pontos mais importantes dos acordos que eram o reconhecimento mútuo da OLP pelos israelenses e do direito de Israel a existir em paz foi formalmente reconhecido em carta. Outra parte do acordo que eram a retirada de Israel das principais cidades palestinas e a transferência do governo à AP (Belém, Hebron, Jenin, Nablus, Ramalah e Tulkarem) também foram cumpridas.

 

Já a retirada total de Israel estava condicionada ao cumprimento dos palestinos de sua parte nos acordos. A violação mais grave, é a AP não ter cumprido o artigo que exigia o desmantelamento de todas as milícias existentes em áreas palestinas e o confisco de suas armas. Ela não só não fez isso (o Hamas, a Jihad Islâmica, a Fatah, ligada a própria AP, a PFLP, e o DFLP continuam existindo.), como até surgiu uma nova, a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa.

Depois, eles não cumpriram o artigo que exigia a colaboração da então criada polícia palestina com a polícia israelense, muito pelo contrário, em 1996 os policiais palestinos não só atacaram policiais israelenses em várias cidades como a AP não fez nada pra punir os responsáveis. Depois, Israel ainda descobriu que vários policiais da AP eram antigos membros da Fatah, o que é outra violação dos acordos (incluir terroristas conhecidos entre os policiais da AP). E também não cumpriu a cláusula que limitava o número de policiais e vários abusos de direitos humanos pelos policiais palestinos foram denunciados pela Anistia Internacional e pela Cruz Vermelha.

Mais ainda. A AP não cumpriu o artigo que exigia que os suspeitos de atos terroristas fosem extraditados pra Israel. Nesses 11 anos, nem um único terrorista preso pela AP foi punido. Um bom exemplo, e o Ahmed Yassin, morto recentemente: Israel libertou-o numa troca de prisioneiros, depois de ele assinar um acordo que não iria mais realizar ataques terroristas. O Hamas continuou com os ataques e ele foi preso e solto várias vezes pela AP (claro, porque a Fatah rivaliza com o Hamas) e nunca foi entregue de volta à Israel.

 

Fora isso, tem muitas outras coisas: a AP não alterou as cláusulas da sua declaração de princípios que clamavam pela destruição de Israel. Yasser Arafat violou a Carta de Reconhecimento e a cláusula de não incitar a violência contra Israel diversas vezes, clamando por uma jihad em entrevistas no rádio e nos jornais palestinos.

Outro ponto que merece alguns comentários é sobre a situação política e econômica dos palestinos e o status de "coitadinhos" que as vezes eles parecem querer roubar dos judeus.

Yasser Arafat, por exemplo, aparece na lista de "Reis, Rainhas e Déspotas mais ricos" da Forbes em sexto lugar. O patrimônio pessoal estimado dele é de um bilhão e trezentos milhões de dólares. O Fundo Monetário Internacional estima que ele desviou mais de 900 milhões da AP pra contas pessoais. A mulher dele recebe um salário mensal de 100 mil dólares da AP! É impossível estabelecer um governo sério com esse cara no poder (e eu tenho sérias dúvidas quanto às eleições que o elegeram).

A quantidade de milícias, grupos terroristas e warlords que existem aqui e ali entre os palestinos, frequentemente brigando entre si. Fundar um Estado com essa situação atual vai recair no mesmo problema do Líbano, no início do século, onde surgiram um monte de milícias e o país praticamente estava separado em vários estados. O próprio Arafat estabeleceu hegemonia no sul do Líbano de 1970 a 1982, praticamente criando um estado separado, atacando tanto os libaneses cristãos da região quanto lançando ataques contra os israelenses (no que culminou no famoso massacre de Sabra e Shatila, promovido pelos falangistas, cansados de levar na cabeça por 12 anos). O desmantelamento dessas mílicias constitui as cláusulas mais importantes dos tratados firmados por Israel e os palestinos nos anos 90, e nunca foram cumpridas, pelo contrário. Até surgiram milícias novas e a polícia palestina não toma qualquer atitude contra isso. Com frequência, ex-terroristas são empregados como policiais.

 

A total dependência econômica dos palestinos de entidades internacionais, de outros países árabes e de Israel. Os palestinos nas áreas controladas por israel frequentemente trabalham pra israelenses (que provavelmente sairão da região uma vez estabelecido o Estado palestino) ou então dependem de colaborações de entidades internacionais. Ainda que os acordos estimulem as relações econômicas entre Israel e o futuro Estado, duvido muito que haja estabilidade econômica nessa situação. A idéia de que Israel usa os palestinos como "mão de obra barata" também não é muito bem fundamentada, já que a parcela da população israelense composta de árabes muçulmanos que são oficialmente cidadãos de Israel é de cerca de 20%, e têm os mesmos direitos trabalhistas que outros cidadãos.

Sobre serem "coitadinhos" ou não (obviamente não estou falando dos realmente civis), quando o atual primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon, foi acusado de ser responsável pelos massacres de Sabra e Chatilla (perpetrado pelos falagitas cristãos, liderados por Elias Hobeika), o Sr. Naji N. Najjar, diretor da Lebanon Foundation for Peace enviou uma carta sobre o assunto à Human Rights Watch, questionando alguns pontos (o principal é a inocência dos palestinos, já que mais de 200.000 cristãos libaneses cristãos foram mortos por palestinos nos 12 anos, de 1970 a 1982 em que Arafat estabeleceu hegemonia no sul do Líbano). Alguns trechos que acho interessantes (e antes que me acusem de citar coisas fora de contexto, o texto integral está nas referências):

Citação:

 

Você realmente acredita que os Palestinos foram atacados sem qualquer razão ou que grupos de civis cristãos subitamente desenvolveram uma sede de sangue por eles? Por que os cristãos atacaram apenas os Palestinos e não os muçulmanos libaneses com quem viveram pacificamente por séculos? Os cristãos libaneses tem um histórico de um povo pacífico, que prefere viver em um equilíbrio com seus vizinhos muçulmanos, um equilíbrio amigável e respeitável que existia até que Yasser Arafat e seus assassinos entrarem no líbano.

Sua visão míope dos massacres de Sabra e Chatilla ignora os massacres perpetrados por Yasser Arafat e seus assassinos contra os cristãos libaneses. Deixe-me lembra-lá de algumas de suas ações (das quais sou testemunha ocular):

  • a distribuição de armas e dinheiro aos muçulmanos do Líbano com o objetivo expresso de subjugar os cristãos libaneses e promover limpeza étnica.
  • O massacre da cidade de Chekka, no norte do Líbano, pelas forças de Arafat, onde dezenas de civis, a maioria cristãos, foram assassinados e torturados.
  • No massacre da cidade de Damour, sul de Beirute, dezenas de cristãos foram assassinados e mulheres foram estupradas, por forças vindas dos mesmos campos palestinos que você defende.
  • O massacre das cidades de Aintoura e Mtein, onde grupos de Palestinos assassinaram cristãos civis, unicamente pelo fato de serem cristãos.
  • Os ataques diários pelas forças da OLP contra as cidades cristãs de Hadath, Ain-el Remmaneh, Jisr el Bach, Dekaouneh, Beirut e Ment, que resultaram em centenas de cristãos mortos por defenderem suas cidades e sua própria existência. Esta foi uma época em que o governo Libanês estava paralizado, incapaz de enviar o exército para deter as atrocidades cometidas pelos palestinos, devido à intervenção árabe em assuntos libaneses pelos "acordos do Cairo".

Ainda nessa questão dos "coitadinhos", frequentemente alega-se que os atos terroristas cometidos pelos palestinos são atos de extremo desespero, realizados por pessoas sem qualquer esperança. Isso é um engano total. Frequentemente, os suicidas são na verdade pessoas excluídas. Duas ocorrências que merecem ser mencionadas foi um atentado em abril do ano passado, em que dois muçulmanos ingleses se suicidaram (para mostrar o comprometimento dos muçulmanos do mundo todo com a "causa palestina"). Outra é o atentado, no começo desse ano, em que uma mulher muçulmana, mãe de dois filhos se suicidou num posto de fronteira, matando cinco soldados israelenses. Algum tempo depois veio à tona a notícia que na verdade ela tinha sido descoberta alguns meses antes numa relação extra-conjugal (e acho que todo mundo aqui tem uma idéia do que isso significa pra uma mulher muçulmana). O marido e o amante dela negociaram pra que ela fosse "mártir" e assim o caso fosse abafado, limpando a honra da coitada.

Então, como disse lá em cima, não estou defendendo Israel intransigentemente ou fanaticamente como muitos fazem. Acho que o país tem o direito de existir em paz, assim como os palestinos têm o direito de ter seu estado próprio, com um governo democrático. Ambos os lados cometem erros, o tempo todo, mas querer imputar a Israel tudo que ocorre, ou defender os palestinos por serem aparentemente o lado mais fraco.


Algumas das referências na internet (pelo menos as que me lembro agora):

Tratados, acordos e outros documentos:

http://www.yale.edu/lawweb/avalon/mideast/mideast.htm#1990

Relatório da cruz vermelha sobre o conflito:

http://www.icrc.org/Web/eng/siteeng0.nsf/htmlall/onwar_reports/$file/israel.pdf

Carta do Diretor da Lebanon Foudantion for Peace:

http://www.free-lebanon.com/LFPNews/Witnesses/witnesses.html

Economia Palestina e patrimônio de Yasser Arafat:

Pedro Werneck

 

Sobre os dois homens bomba ingleses:

http://www.haaretz.com/hasen/spages/402530.html

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