Ajude a manter o blog

sábado, 25 de abril de 2009

Israel - Mar e Montanha

Haifa


O ser humano é suscetível a influências do ambiente no qual ele se encontra. Consciente ou inconscientemente o nosso estado de espírito depende do cenário no qual nos encontramos. As pessoas podem responder a esses estímulos de muitas formas, mas o sentimento provocado por um dia nublado, cinza, não pode ser o mesmo que é provocado por um dia com o céu azul. De acordo com o judaísmo, a visão do céu recorda a alma a visão do trono celestial de D'us. O céu descoberto, sem núvens, é um convite para ligar-se ao infinito.
Um componente importante desses fatores aos quais somos suscetíveis é a paisagem. Quando estamos no pico de uma montanha há a sensação de ter o mundo nas nossas mãos, uma sensação de liberdade. Por outro lado, quando estamos no fundo de um vale, com o horizonte bem alto, experimetamos um sentimento de introspecção. (Aliás esse contraste entre montanhas e vales é muito perceptível em Ierushalaim, e possui uma influência interessante sobre quem lá vive).
Mas há uma paisagem peculiar do Brasil que ainda não conhecia em Israel: a serra frente ao mar. Ter o mar a sua direita e uma parede verde a sua esquerda. É difícil descrever os meandros da alma humana, mas de alguma forma eu sentia saudades dessa paisagem (ou pelo menos eu descobri que sentia saudades dela). Porém é óbvio que D'us não iria negar um presente desse à Sua terrinha. Semana passada descobri que é possível descer e subir o Carmel de bicicleta desde o Technion (há uns 300 metros acima do nível do mar) até a praia de Cheifá. E o meu suor foi bem recompensado: eu encontrei a minha paisagem. Um dos “dedos” do Carmel (que é uma cadeia de montanhas que se estende no Galil ocidental, no norte de Israel) chega bem próximo ao Mediterrâneo. E lá me vi eu, com o mar a minha esquerda e a montanha verde à minha esquerda. Há uma tradição de que nesse trecho da montanha fica a caverna na qual o profeta Eliahu presenciou uma revelação de D'us. Hoje em dia um teleférico leva desde a praia até o topo da montanha (mas não dá pra colocar a bicicleta dentro dele).
Enfim, matei uma saudade que eu não sabia que existia. Aliás, acho que essa é parte da beleza de Eretz Israel: a diversidade geográfica desse canto do mundo não deixa nada a dever pra ninguém: num raio de 400 quilômetros é possível ir esquiar nas montanhas do Golan, montar a camelo no deserto do Neguev, flutuar no ponto mais baixo do mundo e ver os vinhedos nas encostas das montanhas de Iehudá. É como se aqui existisse um concentrado de todas as paisagens do mundo. Afinal de contas se cada paisagem está ligada com um sentimento, essa terra precisa ser rica o suficiente para preencher o coração de idealistas e sonhadores do mundo inteiro.

Blog Tudo Abertamente

Imprima este post

Seja o primeiro a comentar

Postar um comentário

  ©Template Blogger Green by Dicas Blogger.

TOPO  

^