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terça-feira, 28 de abril de 2009

O Ladino renasce em São Paulo

Anna Barki Bigio e Clara Hakim Kochen vêm direcionando especial atenção à preservação e cultivo do ladino, primeiramente no círculo familiar e de amizades e agora em âmbito mais amplo em reuniões, nas quais trabalham sobre fragmentos multidisciplinares resgatados de acervo que desejam salvar do esquecimento. Para conhecer mais este trabalho, a reportagem da JUDAICA esteve na residência de Anna Bigio no bairro de Cerqueira César, onde entrevistou as idealizadoras da iniciativa.
Nos últimos 20 anos têm havido algumas iniciativas heróicas de fazer o ladino renascer em Israel, na Europa, na América do Norte e no Brasil. Alguns descendentes de sefaradis famosos são o filósofo holandês Baruch Spinoza, o dramaturgo brasileiro Antônio José da Silva, o psicólogo austríaco Jacob Levy Moreno, o escritor búlgaro Elias Canetti, o filósofo francês Edgar Morin, o cantor israelense Yoran Gaon e o empresário brasileiro Senor Abravanel (Sílvio Santos).
As protagonistas brasileiras do renascimento do ladino são as senhoras Anna Barki Bigio e Clara Hakim Kochen, residentes em São Paulo (SP). Anna descende de sefaradis italianos e turcos, enquanto Clara descende de sefaradis marroquinos e turcos também. Segue a entrevista:
Como surgiu a idéia das tardes de ladino em São Paulo?
Costumávamos nos falar sempre em ladino, usando não apenas a linguagem coloquial, mas desafiando mutuamente nossa memória com o uso de expressões e provérbios. Cada conversa ou encontro era tão alegre, divertido e intelectualmente estimulante, que resolvemos formar um grupo de amigas que compartilhassem essa herança cultural.
Vocês encontraram alguma dificuldade no início?
Para a realização desse projeto se fazia necessário um ponto de encontro e um horário confortável entre as horas de pico de trânsito. Foi encorajante o estímulo dado pelo rabino Jacob Garzon, que apoiou a iniciativa oferecendo uma sala para as reuniões no Colégio Iavne, cuja localização e facilidade de estacionamento atende com comodidade o projeto.
Quem freqüenta o grupo?
Senhoras de famílias turcas, gregas, iugoslavas e de outras origens de fala ladina. Entretanto há várias freqüentadoras asquenazitas de presença constante, por curiosidade intelectual na antropologia cultural dos sefaradis. Em média cerca de 25 ou 30 senhoras participam das reuniões, mas temos cerca de 50 inscritas.
Qual a programação do grupo?
As tardes de ladino são alegres e extremamente gratificantes pela transmissão e permuta de conhecimento sobre um grupo judaico que teimosamente preserva seus costumes, sua língua, suas raízes e seus valores.
Nossas tardes são mensais e têm a seguinte pauta: texto cultural ou artigo literário em ladino e comentários; leitura de um kuento (conto folclórico), leitura de uma biografia de uma personalidade sefaradi, dichos (provérbios), sua sabedoria e humor; usos e costumes dos sefaradis; curiosidades e receitas típicas e música com cantos tradicionais.
Quais os objetivos que vocês almejam com o grupo?
É particularmente encorajante saber que hoje em dia em Israel e em vários países há um renovado interesse na cultura judaico-espanhola. Estamos dando nossa pequena contribuição, procurando salvar essa herança cultural de tão grande valor histórico e riqueza cultural, que deve ser cultivada e transmitida a nossos filhos, como o legado de grande valor, de um povo a que temos o orgulho de pertencer.
Como devem proceder os interessados em participar das tardes de ladino?
Todos os interessados podem participar e serão bem-vindos. As reuniões são sempre nas terceiras terças-feiras de cada mês, no Colégio Iavne: Rua Pe. João Manoel, 727, das 16h00 às 17h30 (exceto nos feriados judaicos e nas férias escolares). Para outras informações os interessados podem entrar em contato diretamente com a gente pelos telefones: 3256-2200 (Anna) e 5572-8586 (Clara).

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