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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estou mais tranquilo...

Um leitor, desses militantes, cujos comentários não publico, me adverte que está errada a informação que publiquei aqui segundo a qual Farouk Hosni, ex-ministro da Cultura do Egito e candidato do Brasil para comandar a Unesco, queimaria livros em hebraico. Ah, é verdade. Está errada! Faço aqui a correção. Segundo o jornal israelense Yediot Aharonot, “he would burn Israeli books himself if found in Egyptian libraries.” Ou seja: ele queimaria livros israelenses pessoalmente se os encontrasse em livrarias egípcias. AH, BOM! AGORA ESTOU MAIS TRANQÜILO. AGORA SEI QUE ELE JÁ PODE SER O COMANDANTE DA UNESCO, NÃO É? Então ficamos assim: o candidato do Brasil a comandar a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura queimaria livros israelenses...

O valente confirma o que disse e tenta se explicar: teria recorrido ao que chamou uma “hipérbole” para responder a uma acusação de um representante da Irmandade Muçulmana, segundo quem as livrarias egípcias estariam coalhadas de livros israelenses. Aí, explica Hosni, ele negou esse fato e, para encarecer a negativa, usou então aquela imagem... Agradeço ao militante a correção. Eu estava assustado. Estava achando que Hosni é um desses fascistóides islâmicos que queimariam livros. Agora sei que ele é apenas um desses fascistóides islâmicos que queimariam livros. Adequadíssimo para a Unesco. Mais notícias a respeito neste site, já recomendando neste blog.

Anti-semita
A ignorância deve ser doce. Deve ser gostosa. Deve ser recompensadora. Ou não haveria tantos idiotas.

EU MESMO ESCREVI AQUI REFERINDO-ME A HOSNI: “Ocorre que Hosni é um anti-semita delirante — ou, se quiserem, “antijudeu delirante” (já que os puristas confundem categoria política com grupo étnico e lingüístico e afirmam que os árabes também são semitas...).”

Muito cretino ficou sabendo que árabes também são semitas lendo o meu artigo. Não obstante, enviam comentários assim: “Como Hosni pode ser anti-semita se árabe também é semita?” Não é demais? Sim, a burrice deve ser reconfortante.

É evidente que o anti-semitismo, como realidade política, designa, hoje em dia, e já há muito tempo, o preconceito organizado contra os judeus. O "semitismo", para designar um conjunto de povos, é um conceito que está ali entre o étnico e o lingüístico. Se dizemos que um pensador ou um escritor é “anti-semita”, é desnecessário indagar de qual dos descendentes de Sem ele não gosta: judeus, aramaicos, fenícios, assírios ou árabes? Ora... Um anti-semita é um antijudeu.

De resto, não venham torrar a minha paciência com uma questão que eu próprio levantei.
Por Reinaldo Azevedo

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