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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Gaza?

Área densamente povoada de onde grupos guerrilheiros lançam ataques contra populações civis de um país é atingida por ataques do governo desta nação, que deseja com isso interromper as ações violentas. Muitos civis são mortos nas operações. O comando do exército lamenta as mortes e diz que está minimizando ao máximo as perdas civis do outro lado. Gaza? Não! Mas qualquer semelhança não é mera coincidência! Saiba que lugar é este e porque a mídia faz vistas grossas para o que está acontecendo por lá, lendo a íntegra do comentário.

Vejam mais alguns detalhes descritivos do que acontece neste local (cujo nome apagarei da nota para deixar o suspense um pouco maior e revelar ao final por motivos que vocês entenderão) por conta do único veículo que se dignou a publicar uma nota a respeito, o Estadão Online:

"O ministro dos Direitos Humanos do X, fulano, afirmou hoje que o Exército do país demorou dois meses a mais para derrotar o grupo guerrilheiro inimigo. O motivo do prolongamento do conflito, segundo ele, é que as forças oficiais evitaram usar armas pesadas e realizar bombardeios aéreos. O Exército do x sofreu duras perdas na fase final da guerra civil, pois procurou utilizar armas leves, disse fulano ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Grupos de direitos humanos e funcionários da ONU afirmaram que o x causou milhares de mortes de civis. Porém, o ministro rebateu a acusação, afirmando "nossas forças de segurança estavam sob instruções estritas para evitar a perda de vidas civis". O governo anunciou a vitória sobre os rebeldes no mês passado e o próprio grupo guerrilheiro já reconheceu a derrota, encerrando uma guerra civil iniciada em 1983. Segundo a ONU, 7 mil civis morreram desde janeiro por causa da violência no país.

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, afirmou, em um encontro de emergência na semana passada, que uma equipe internacional deveria ser enviada ao x para examinar a conduta dos militares e também dos rebeldes. Segundo Navi, há denúncias de que membros do grupo guerrilheiro impediram a saída dos civis da área de confrontos, que as forças oficiais usaram artilharia pesada na zona densamente povoada e mataram rebeldes que tentavam fugir"
.

Tranquilamente, X na matéria acima poderia ser Israel. Fulano poderia ser o chanceler israelense, Avigdor Liberman, por exemplo e o Grupo Guerrilheiro poderia ser facilmente o Hamas. Mas não são. Logo, onde são, o que são e principalmente, porque você leitor não sabe de nada, mesmo o número de mortes e a duração do conflito sendo muito maior do que o de Gaza?

Bom, chega de suspense. O x se trata de nada mais, nada menos que o Sri Lanka, um dos maiores países islâmicos do mundo. Fulano chama-se na verdade, Mahinda Samarasinghe e o grupo guerrilheiro é o Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE). Melhor pontuando: guerrilheiro não. Terrorista mesmo, com os mesmos métodos do Hamas.

Para entender melhor a situação, um pequeno currículo de quem é a LTTE ( Fonte: Wikipedia):

Os Tigres de Liberação do Tamil Eelam (em tâmil: தமிழீழ விடுதலைப் புலிகள், transl. ISO 15919: tamiḻ iiḻa viṭutalaip pulikaḷ), comumente conhecidos como LTTE (abreviação do nome em inglês, Liberation Tigers of Tamil Eelam) ou Tigres Tâmeis, constituem uma organização política armada que pretende, através de uma violenta campanha secessionista, a autodeterminação do povo tâmil mediante a criação, no nordeste da ilha do Sri Lanka, de um Estado independente denominado Tamil Eelam. A campanha deu origem à Guerra Civil do Sri Lanka, um dos mais longos conflitos armados da história recente da Ásia.

Fundado no ano de 1976, trata-se do principal grupo separatista ligado à minoria tâmil. Seu principal líder foi Velupillai Prabhakaran, também conhecido como Prabaharan ou Thambi, que era procurado pela Interpol por terrorismo, assassinato, crime organizado e conspiração terrorista. Os Tigres Tâmeis alegavam lutar para proteger a minoria tâmil da discriminação nas mãos de seguidos governos da maioria cingalesa, que dominam o país desde a sua independência, e Prabakharan declarou, durante uma entrevista coletiva, que o LTTE ainda não estava pronto para reivindicar um estado independente, e que considerava que a independência seria uma possibilidade, a partir do reconhecimento político de uma pátria tâmil, de uma nacionalidade tâmil e do direito do povo tâmil à autodeterminação.

Os Tigres, que durante o auge de seu poder possuiam um núcleo de treinamento de milícias bem desenvolvido e organizado, ficaram notórios pela prática de atrocidades contra civis, incluindo sequestros e ataques intencionais, pela execução de ataques a autoridades de alto escalão, incluindo o assassinato de diversos políticos do Sri Lanka e da Índia, como Rajiv Gandhi, e por recrutar crianças-soldado. O LTTE inventou o cinturão suicida, e foi pioneiro no uso de homens-bomba como tática de combate. Também foram pioneiros no uso de mulheres nestes ataques suicidas, e também chegaram a usar aviões em alguns de seus ataques. O LTTE foi considerado uma organização terrorista por 33 países, entre eles o Canadá, Estados Unidos, Índia (desde o assassinato de Rajiv Gandhi, primeiro-ministro do país, no qual Prabakharan estaria envolvido), Austrália, Malásia e União Européia. A ONU, entretanto, não emitiu nenhuma condenação formal. A inclusão da organização na lista de grupos terroristas, pela UE, provocou a expulsão dos membros europeus da Missão de Supervisão no Sri Lanka (SLMM), em 2002.

Como já disse acima, as semelhanças são MUITAS para serem ignoradas. Mas existe uma ENORME diferença. O silêncio da mídia. Nos cabe perguntar: porque?

Cadê o sensacionalismo? Os sem fins de artigos condenando as ações do exército do Sri Lanka? As comparações com o Holocausto e Gueto de Varsóvia? Porque o Terra, como fez na época do Conflito em Gaza, não publica um artigo com título: "Shoa de Crianças No Sri Lanka"? O número de crianças e de civis mortos no geral foi bem maior!!!!

A resposta, meus caros leitores, vocês já a têm. O Sri Lanka é de religião muçulmana e não judaica. Não existe portanto motivações antissemitas contra ele, não existe organizações de "defesa dos direitos humanos" e organizações de esquerda para estarem postadas contra, porque o Sri Lanka não é aliado dos EUA, e basicamente também porque é políticamente incorreto criticar-se islâmicos hoje no mundo, seja se estiverem teoricamente se defendendo como no Sri Lanka ou então realizando um massacre bárbaro no Sudão.

E os pedidos para comissões de inquérito, investigações no Sri Lanka que tanto foram exigidos em Gaza, onde estão? Querem ver o mais chocante? Vai ai o último parágrafo da matéria mencionada acima, desta vez com os devidos nomes dados aos bois:


No entanto, o Conselho de Direitos Humanos da ONU, com 47 membros e dominado por países asiáticos, africanos e muçulmanos, rejeitou a investigação. No lugar da apuração das mortes no conflito, o órgão elogiou a ação do governo para derrotar o LTTE.



Cadê as chamadas sensacionalistas da Globonews agora?
Cadê as colunas e editoriais condenatórios de Estadão e Folha?
Cadê as tropas de choque das revistas e sites de esquerda no Brasil protestando contra as ações militares?
Cadê o Frei Betto?
Cadê o Clovis Rossi?
Cadê o Globo e suas correspondentes tendenciosas? Que tal lançar o Outro Lado Do Sri Lanka?
Cadê a UOL e suas fotos, chamadas e artigos anti-operações militares ?
Cadê aqueles que adoram condenar "agressões", "ocupações" e etc?



Vocês sabem onde estão. A consciência suja da mídia pouca vergonha do Brasil arquivou em um ármario de onde não pretende tirar. Mas ai se Israel precisar atacar Gaza, Libano ou Irã para se defender: ai a casa cai!

E quem diria meus caros: vejam a hipocrisia da ONU. Agora está elogiando operação militar contra o terrorismo e não se postando ao lado das "vítimas" rebeldes ou somente dos civis que foram pegos em fogo colateral. Surpreendente!


Gaza e Sri Lanka: Dois lados de uma mesma moeda. Um lado: sensacionalismo. Outro: omissão. Diametralmente opostos e tão iguais na corrupção moral. É preciso dizer mais?

Leia mais no De Olho na Mídia

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