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terça-feira, 16 de junho de 2009

Um jogo, Dois erros

Um Jogo, Dois Erros!
Foi anunciado semana passada com alarde pela mídia, que "Corinthians e Flamengo Farão Jogo Pela Paz Na Palestina". Esta era a manchete dos principais jornais. Porém, ai incidem dois erros: um da chancelaria brasileira, patrocinadora do espetáculo (mais um erro em uma série que parece interminável) e outro da mídia. Entenda as razões lendo nosso comentário na íntegra.


Começamos pelo Ministério das Relações Exteriores? Vamos lá! O que seria um "jogo pela paz"? Eu entendo que seja uma partida que promova a paz e o entendimento. Para isso, ambos os povos teriam que ser incluídos no evento. Como a maioria creio eu dos meus leitores sabem, israelenses não podem adentrar território sob administração palestina, porque senão não voltam vivos. Em outras palavras, os moradores de Israel estão excluídos do jogo da paz.


Que mancada chancelaria! Porque não marcar o jogo num espaço neutro e dividir o estádio para as duas torcidas? Na Jordânia por exemplo? Ou então, serem realizadas duas partidas. Uma em Israel e outra nos territórios. Ou os israelenses não contam na paz? A paz da chancelaria brasileira é unilateral? Porque afinal, isto só reforça a impressão que tivemos pelos últimos eventos, em especial durante a guerra em Gaza: para o ministério de Amorim, as únicas vítimas que importam são as palestinas, os únicos que sofrem são os civis de Gaza e os únicos que merecem um jogo deste como reconforto são os habitantes desta região.


Será que Sderot que foi durante oito anos atingida por dez mil mísseis, e cujas crianças sofrem traumas das sirenes e das corridas aos bunkers, não merecia também assistir um espetáculo destes? Porque só um lado? Porque tudo para um lado e nada para o outro? Agindo assim, o jogo da paz vira a partida da guerra, instigando ódio e fazendo crer que um lado tem mais razão que o outro.


Quanto a mídia, a situação é bem mais fácil de explicar. Toda vez que nós reclamamos que os jornais se referem a Tel Aviv como capital de Israel e não Jerusalém, mesmo que o parlamento do país, a suprema corte de justiça e todos os orgãos principais do executivo estejam na cidade, na área ocidental, que não esta sob disputa, a resposta é invariavelmente a mesma: O Itamaraty não reconhece Jerusalém como capital, bem como a ONU e a maioria dos países do mundo (como se quem escolhesse a capital de um país, não fosse a sua nação e sim outros). Ótimo, então qual a coerência em se falar em "Palestina"? Existe este Estado? Onde fica? Quais as suas fronteiras? Quando foi declarado? Sobre o que então discursou o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu ontem? Sobre a criação do que? Territórios palestinos. Territórios sob administração palestina. Autoridade Palestina. Isto existe. Palestina não. A não ser para a mídia, que segue regra geral quando se trata de Israel e preferências pessoais quando se refere a "Palestina".


Ou o critério é válido para ambos ou para nenhum. Todo argumento cai por terra aqui. Se alguém alegar que a "Palestina" de fato já existe, com polícia, parlamento, presidente, primeiro ministro, etc..., a resposta é que de fato e na prática, Jerusalém é a capital de Israel, com todos os principais orgãos do governo lá. A incoerência não é nossa. É dos veículos de informação. E que com isso, de forma subconsciente (ou nem tanto) mostram que escolheram um lado e a quem realmente defendem com unhas e dentes.

De olho na Mídia

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