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terça-feira, 16 de junho de 2009

A vergonha brasileira

da Folha Online
da Efe, em Genebra

Organizações internacionais de defesa dos direitos humanos viram no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), realizado nesta segunda-feira, uma oportunidade para criticar a postura brasileira na instituição. Em nota, a ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que o país apoia os algozes ao invés de apoiar as vítimas.


"O apoio do Brasil a governos notórios por seus abusos aos direitos humanos enfraquece a atuação do Conselho de Direitos Humanos da ONU", disse Julie de Rivero, diretora da HRW em Genebra, em nota. "Ao invés de defender as vítimas, o Brasil normalmente argumenta que os governos precisam de uma chance e que a soberania das nações é mais importante que os direitos humanos."


No texto, a ONG ressalta que, recentemente, o Brasil rejeitou resoluções que condenavam a Coreia do Norte e o Sri Lanka sob o argumento de que diálogo é mais eficaz do que sanções para fomentar a cooperação e se absteve de votar sobre o Congo, de modo a "fortalecer" os investigadores "e condenar o uso de violência sexual como arma de guerra".



Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz discurso perante membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz discurso perante membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU

No caso do Sri Lanka, o Brasil foi um dos principais articuladores da negociação entre países europeus, que exigiam menção clara às suspeitas de violações cometidas tanto pelo governo como pelos separatistas tâmeis, e o grupo asiático, que defendia um texto mais brando. Sem consenso, foi aprovada a resolução do Sri Lanka, considerada fraca pelos ativistas.


"O Brasil parece mais preocupado em não ofender aqueles países que cometem abusos que em implementar o mandato do conselho para tratar de violações de direitos humanos," disse Rivero. "O Brasil se alia aos violadores de direitos humanos ao invés de se aliar às vítimas."


Outra ONG, a Conectas, do Brasil, afirmou que o "fracasso do Brasil em se opor ao desvio dos objetivos do conselho e às vezes a do seu compromisso com o processo é alarmante". "A posição do Brasil no conselho está marcada por ambiguidades, particularmente em casos graves e persistentes de abusos, em países específicos."


No caso do Sri Lanka, para a Conectas, o Brasil "retrocedeu seis anos ao enaltecer o princípio de não interferência".


O próximo voto do Brasil observado pelas ONGs é o que se refere à extensão do mandato do relator especial da ONU para o Sudão, nesta semana. "Em ocasiões passadas, o Brasil, sob a alegação de cooperação, apoiou resoluções fracas que não se comprometiam com as vítimas do Sudão. Nesta semana, o Brasil terá a oportunidade de mudar essa tendência e mostrar a liderança real com as milhares de vítimas, sem ter em conta outros interesses."


"Estou convencido de que o que mais interessa ao Brasil é o assento permanente no Conselho de Segurança e a consolidação de uma liderança como a que conquistou na Organização Mundial do Comércio", diz Peter Splinter, representante da AI (Anistia Internacional) em Genebra, à Folha.


Comentário:

Mais uma vergonha que o povo brasileiro tem que passar. Também com expoentes da diplomacia brasileira como Celso Amorim e Marco Top Top, não se podia esperar coisa diferente

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