Bateu? Venda em Cabul
Mais de sete anos depois da invasão estadunidense que causou a queda da tirania talibã, o Afeganistão continua passando por inúmeras mudanças. Uma delas é no mercado de automóveis, que praticamente não existia antes e agora está se caracterizando pela importação de carros usados recuperados de acidentes. Muitas vezes são modelos que não passariam por inspeções veiculares em seus países, gerando riscos à segurança. E esse negócio está se tornando muito lucrativo, segundo conta o correspondente da agência Reuters na capital, Kabul, Hamid Shalizi.
Em geral, a preferência dos importadores afegãos é pela Toyota, principalmente o Corolla, nas duas gerações anteriores. Um modelo 1996 custa em torno de US$ 4 mil e um 2006, US$ 16 mil. Isso para a classe média, digamos, pois os empresários e militares de altas patentes se esbaldam mesmo com jipões de luxo, como o Land Cruiser ou modelos da Lexus. Já o povão roda em velharias da Lada dos anos 60 e 70 ou em carros trazidos na década de 90, com a coluna de direção adaptada sabe-se lá Deus como pro lado direito, pois o país tem mão inglesa de trânsito.
Apesar da origem sempre duvidosa, o apelo dos modelos usados no Afeganistão é grande pois a violência está crescendo por lá e ostentar um zero-km pode ser perigoso. Cerca de 90% dos carros são importados da Alemanha e do Canadá e chegam de navio, por Dubai (Emirados Árabes) ou por terra, via Irã. Além dos carros velhos (e poluidores), as ruas e estradas são muito mal cuidadas. Asfalto, por exemplo, é coisa rara. Sem falar que o sistema de tráfego de Kabul, projetado pra 50 mil veículos, está lidando com quase dez vezes mais que isso.
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